Estado - País - Mundo
UE prepara plano de 800 bi de euros para defesa própria e Ucrânia após EUA pausarem ajuda

A União Europeia anunciou um plano de 800 bilhões de euros (R$ 4,9 trilhões) para reforçar as defesas do bloco e apoiar a Ucrânia, em resposta à decisão dos Estados Unidos de pausar sua ajuda à nação em guerra.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, revelou a medida nesta terça-feira, 4 de março de 2025, e destacou que o pacote também visa reduzir o impacto de uma possível retirada do apoio norte-americano, além de garantir à Ucrânia a capacidade militar necessária para negociar com a Rússia.
O plano de 800 bilhões de euros, denominado “REARM Europe”, será apresentado aos líderes dos 27 países da União Europeia em uma reunião de emergência em Bruxelas, marcada para quinta-feira, 6 de março. Esta iniciativa surge após o anúncio feito pelos Estados Unidos na noite de segunda-feira, 3 de março, de que interromperão temporariamente a ajuda militar à Ucrânia, gerando incertezas sobre a continuidade do apoio de Washington ao país.
“Não preciso descrever a natureza grave das ameaças que enfrentamos”, afirmou Ursula von der Leyen, destacando os desafios que a União Europeia terá de enfrentar caso o apoio norte-americano seja reduzido ou suspendido por completo. O pacote proposto visa também mitigar os riscos de uma possível aliança entre os EUA e a Rússia, que poderia afetar ainda mais a segurança europeia.
A estratégia da União Europeia inclui a flexibilização das restrições fiscais impostas aos países membros, permitindo que os governos aumentem seus investimentos em defesa sem violar as regras orçamentárias do bloco. A medida é uma resposta à dificuldade dos Estados-membros em elevar os gastos militares, que historicamente têm ficado abaixo de 2% do PIB, em comparação com as metas da OTAN que exigem um aumento para mais de 3%.
O plano de von der Leyen também prevê a implementação de um programa de empréstimos de 150 bilhões de euros, além do reforço das capacidades militares da União Europeia. A presidente da Comissão Europeia afirmou que os investimentos serão direcionados à modernização de sistemas de defesa aérea e de mísseis, artilharia, drones, sistemas antidrone e à preparação cibernética.
A crescente pressão para aumentar os gastos com defesa e fortalecer a indústria militar interna da Europa reflete as crescentes tensões geopolíticas e a falta de confiança na segurança proporcionada pelos Estados Unidos. Os líderes da União Europeia terão de discutir estratégias para cumprir as novas exigências de segurança, que poderão impactar profundamente as finanças públicas dos países membros nos próximos anos.