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Estimativa aponta prejuízo bilionário para produtores e economia do Estado
A produção de soja no Rio Grande do Sul terá redução de 17,4% na safra 2024/2025 devido à estiagem, totalizando pouco mais de 15 milhões de toneladas, contra 18,2 milhões no ciclo anterior. A Emater divulgou os dados nesta terça-feira (11), durante a 25ª Expodireto, em Não-Me-Toque.
O impacto negativo na economia estadual é significativo, principalmente na produção de grãos, que sofrerá queda de 6% na comparação com 2023. O milho, apesar da redução de área plantada, apresentará produtividade superior ao ciclo passado.
Impacto na produção
Os dados indicam que a safra total de grãos no Estado deve atingir 28 milhões de toneladas. Na primeira previsão, divulgada na Expointer, a expectativa era de 35 milhões de toneladas.
O diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera, destacou o impacto da seca sobre a economia gaúcha: “É o impacto mais significativo na economia que o Estado sofre na produção de grãos”. A soja, principal cultura do verão, teve sua colheita reduzida em razão da irregularidade das chuvas, que afetaram principalmente a metade oeste do Rio Grande do Sul.
Os números por cultura
Área plantada (em hectares)
Soja: 6.729.354 (+0,3%)
Milho: 696.587 (-13,9%)
Arroz: 970.194 (+7,8%)
Feijão 1ª safra: 27.149 (-1,8%)
Feijão 2ª safra: 11.913 (-46,5%)
Total: 8.435.197 (-0,4%)
Produção (em toneladas)
Soja: 15.072.765 (-17,4%)
Milho: 4.782.704 (+6,1%)
Arroz: 8.126.613 (+12,9%)
Feijão 1ª safra: 49.901 (+22,7%)
Feijão 2ª safra: 18.196 (-19,8%)
Total: 28.050.178 (-6,6%)
Diferenças regionais
O comportamento da chuva ao longo da safra trouxe efeitos desiguais para as regiões produtoras. A metade oeste do Estado foi a mais prejudicada pela estiagem, refletindo em perdas expressivas na colheita. Mesmo com a quebra, o volume total de grãos deve ser o oitavo maior registrado no Rio Grande do Sul.
Baldissera pontuou o impacto econômico da seca: “Evidentemente que se transformarmos em monetização, só em soja são R$ 13,5 bilhões a menos gerados, bruto. Se considerarmos o restante dos grãos, são R$ 14,5 bilhões de prejuízo ou de renda que o produtor e o Estado deixam de gerar”.
Medidas para o setor
Os secretários da Agricultura, Clair Kuhn, e do Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, acompanharam a apresentação dos dados, ao lado do presidente do Banrisul, Fernando Lemos. O governador Eduardo Leite foi representado pelo vice, Gabriel Souza, que frisou a importância de políticas para minimizar impactos futuros.
“É uma perda relevante em virtude de mais um evento climático. Os números são importantes para podermos traçar ações e políticas públicas”, disse Souza, mencionando o anúncio de recursos para municípios atingidos pela seca. Ele também defendeu a expansão de sistemas de irrigação para mitigar danos em futuras safras.
Luciano Schwerz, presidente da Emater, ressaltou o papel das informações no planejamento rural: “Conhecimento e informação estão se tornando o insumo mais importante da propriedade rural. Não dá mais para fazer de qualquer jeito”.