Polícia esclarece morte de garoto de programa

Região – A Polícia Civil, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, 13, com os delegados Luciana Smith, da 5ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), e Paulo Grillo, diretor da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, esclareceu o inquérito policial que investigava o assassinato de um homem de 21 anos, morto com mais de cem facadas nas costas, pescoço e cabeça. O crime ocorreu em 16 de dezembro do ano passado, em Porto Alegre. Três pessoas foram presas e duas adolescentes apreendidas por envolvimento no crime. Segundo a delegada Luciana Smith, a vítima era garoto de programa e residia em Passo Fundo. Ele foi atraído até a Capital por uma menor de idade com o intuito de realizar programa sexual. Chegando à cidade, o rapaz foi buscado na rodoviária pela menor e outra amiga e levado por elas até um apartamento no bairro Mário Quintana, onde foi morto com requintes de crueldade pelos executores e teve seu corpo abandonado em frente a um supermercado antes do amanhecer.

CLIENTE DE SÃO PAULO

A delegada disse que no decorrer da investigação, a polícia apurou que a morte foi encomendada por um ex-cliente da vítima, de São Paulo, com quem ele se relacionou quando morou naquela cidade, e pela ex-namorada da vítima, que havia descoberto que ela era garoto de programa e realizava encontros com homens. Além disso, o ex-cliente havia emprestado R$ 8 mil para a vítima, valor não pago por ela. Após a apreensão do celular de um dos executores e responsável por organizar a ação, foram encontrados diversos áudios entre o executor e os dois mandantes, negociando o crime, e também mensagens trocadas após o crime entre o executor e mandante de São Paulo, nas quais o executor revela ter ficado com pertences pessoais da vítima e o mandante parabeniza pela execução do crime, falando inclusive que, até então, ninguém foi preso.

SE JOGOU DO 13º ANDAR

Dois dos executores foram presos em Porto Alegre e um na cidade de Canoas. Em Parobé foi efetuada a prisão da ex-namorada da vítima. Conforme Smith, na cidade de São Paulo, não foi possível prender o outro mandante, tendo em vista que, um dia antes do cumprimento da prisão, que ocorreu no dia 7 de março, pelos agentes da 5ª DPHPP, ele cometeu suicídio, se jogando do 13º andar de um hotel da cidade. Todos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e por ter dificultado a defesa da vítima, formação de quadrilha e corrupção de menores.