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Clínica de reabilitação de drogados é fechada e dono preso por torturar internos

30/07/2018 - 20h56min

Atualizada em 31/07/2018 - 13h21min

Sapiranga – O Ministério Público de Sapiranga pediu a interdição e o completo encerramento das atividades em todas as unidades da Associação Terapêutica Ferrabraz, instituição de tratamento para dependência em drogas e álcool.

Em operação realizada nesta segunda-feira, 30, pelo MP, por meio dos promotores Michael Flach e Sérgio Cunha de Aguiar filho e com o apoio da Polícia Civil, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, profissionais da Saúde e Assistência Social do Município e a assistente social do Gabinete de Assessoramento Técnico do MP, Beatriz Fortes Rey, foram encontradas inúmeras irregularidades nas três casas ocupadas pela Associação, como falta de atendimento médico e psicológico, péssimas condições de higiene, medicamentos vencidos e sem receitas.

Foram presos durante a ação o coordenador terapêutico, Darlon Carvalho Rodrigues, e sua mãe, Nelci Carvalho Rodrigues, atual presidente da Associação.

Os mais de 50 pacientes que estavam internados nos locais ainda relataram que vivem sob cárcere privado; sofrem torturas como surras e choques; que são impedidos de contar aos familiares sobre a situação a que são submetidos, sob ameaças dos proprietários; que são obrigados a repassar seus cartões e senhas para retiradas de benefícios; alguns foram obrigados a fazer empréstimos e, por fim, há denúncia de que eram coagidos a cometerem roubos e furtos a mando de Darlon Carvalho Rodrigues.

Dois dos pacientes foram recolhidos para atendimento médico pela equipe de saúde do município: um com problemas psiquiátricos e outro acamado, desnutrido e com escaras.

O Município de Sapiranga está providenciando abrigo para os demais pacientes em outros estabelecimentos de recuperação de drogados existentes no município.

Por fim, há a denúncia de que funcionários da Ferrabraz compõem um grupo de “resgate e remoção”, que, de modo violento, busca pacientes fugitivos ou a pedido da família dos dependentes químicos.

A operação foi realizada em conjunto pela Promotoria Criminal e Especializada de Sapiranga e desencadeada após o ajuizamento de ação civil de execução de Termo de Ajustamento não cumprido, em cujo processo não estava demonstrando que a entidade operava de acordo com as determinações legais, além dos indícios de várias irregularidades.

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