Polícia
Facção usava advogada para levar drogas e celulares a presídios; Estância Velha está entre os alvos da operação
Uma advogada que já havia sido flagrada em outras ocasiões entregando objetos ilícitos dentro de prisões é um dos principais alvos da Operação Solutam, deflagrada na manhã desta quinta-feira (10) pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil. A ação tem como objetivo desarticular uma facção criminosa que atua com tráfico de drogas, venda de armas, extorsão e agiotagem, inclusive com o chamado “golpe dos nudes”.
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A operação cumpre 13 mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Estância Velha. Até as 6h45min, 11 pessoas já haviam sido presas.
Segundo a investigação, a advogada era contratada diretamente pela facção criminosa para repassar drogas, celulares e armas a detentos durante visitas nas casas prisionais. Em maio deste ano, ela foi presa em flagrante ao entregar sacolas contendo um notebook, celular, cerca de 890 gramas de cocaína e mais de R$ 10 mil em dinheiro a um preso na Penitenciária Estadual Modulada de Montenegro. Desde então, segue detida.
Não é a primeira vez que a profissional é flagrada em atividade ilegal. Em 2021, ela foi detida ao entrar na prisão de Charqueadas com 24 celulares, 17 cabos USB, 15 carregadores e 16 fones de ouvido escondidos sob as roupas.
O delegado Joel Wagner, responsável pela operação, destacou que a prática pode ser mais comum do que se imagina:
— Obviamente é uma prática comum. Talvez não só com os membros dessa organização, mas com outros detentos que estão presos no sistema penitenciário gaúcho — afirmou.
A polícia ainda investiga a forma de pagamento que era feita à advogada e busca dimensionar quantos clientes ela atendia.
Facção também aplicava golpe dos nudes
Além do tráfico de drogas e armas, a investigação revelou que o grupo criminoso aplicava o golpe dos nudes utilizando documentos falsos de um comissário da Polícia Civil para extorquir vítimas. Eles também atuavam com agiotagem e extorsão direta de devedores.
A Operação Solutam é um desdobramento de uma investigação iniciada em 2023, a partir da prisão de uma mulher ligada ao grupo. A partir dela, a Polícia Civil chegou aos demais membros da organização, incluindo a advogada e outros envolvidos com funções específicas no esquema criminoso.
