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Um alerta do tenente

10/08/2018 - 11h00min

Entrevistei, nesta semana, o tenente Érlon de Paulo, comandante da Brigada Militar. O tenente é envolvido com a comunidade de Ivoti. Sempre que pode, esclarece dúvidas e propõe a discussão de assuntos que são pouco falados. Um deles é a violência contra a mulher. A BM tem o primeiro contato com as partes envolvidas. Os números sobre casos de agressões no Brasil assustam: nos sete primeiros meses de 2018, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Ligue 180) recebeu 79.661 mil denúncias com relatos de abuso sexual, homicídio, cárcere privado e outros tipos de violência. O tenente fez questão de revelar outra estatística mais impactante: a cada duas horas, uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil.

TIPOS

Uma coisa é importante esclarecer: a violência não é só física e a Lei Maria da Penha prevê punição para outros tipos. A psicológica (humilhar, insultar, isolar, ameaçar); sexual (pressionar a fazer sexo, exige práticas que a pessoa não gosta, negar o direito a uso de qualquer contraceptivo); moral (caluniar, injuriar, difamar) e patrimonial (reter o dinheiro, destruir ou ocultar bens e objetos, não deixar trabalhar).

E O PODER PÚBLICO?

Quanto mais o assunto for falado, mais conhecimento teremos. É dever do Poder Público promover palestras, debates e ações para conscientizar a população. Em Ivoti, existe um Centro de Referência da Mulher que oferece algumas atividades e também tem psicóloga e orientação de advogada. É pouco perto do que se pode fazer. É um passo, mas é pouco. Em Dois Irmãos, diversas ações são desenvolvidas com este tema e a população se envolve. O tema é forte e precisa de mais atenção das autoridades políticas de Ivoti (tanto a Prefeitura quanto a Câmara). O próprio comandante da BM deixou claro a gravidade do tema: “ainda é grande a incidência desses crimes na nossa cidade, na nossa região”, definiu ele.

SOBRE A CÂMARA

Desde a primeira sessão desta nova legislatura, muita coisa mudou. O perfil dos políticos também. Por exemplo: em 2017, Satoshi adotou uma postura mais combativa e não deixou uma vida fácil para a ex-prefeita. Neste ano, a postura é agregadora. Satoshi propõe discussões, é o representante da Prefeitura na Câmara. As duas vereadoras da Câmara também são destaque. Rafaella, em seu primeiro mandato, já apresentou três projetos que são relevantes. Marli, a mais votada, tem seu público. Pires também é ativo, assim como Russo.

PASSADO

O único que não mudou seu estilo foi Márcio Guth. Sem um critério definido, a metralhadora de Márcio atinge todos os lados: Saúde, Educação, Desenvolvimento, Obras e, atualmente, o Trânsito. Márcio está atacando o diretor. Esquece que quando ele próprio foi diretor de Trânsito, na gestão de Arnaldo, a Câmara caiu em cima de sua atuação: Russo chegou a reclamar que Márcio estava sempre em Porto Alegre e não fazia “nada” no departamento.

MUDANÇA DE PERFIL

É visível que a maioria dos vereadores mudou o perfil: deixaram a politicagem de lado e passaram a focar em ações para a comunidade. Eles continuam pedindo melhorias, reclamando das coisas erradas, mas não passam do limite. Márcio ficou para trás. Ele parou no tempo e continua usando o grito e a ofensa como armas para ser um vereador da oposição. Não está errado, nem certo. É uma escolha dele. As consequências de seus atos virão nas urnas, nas próximas eleições. Mas isso é assunto para semana que vem. Bom final de semana!

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