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Poucas guerras no mundo matam 100 mil pessoas num ano

10/09/2018 - 11h00min

Era só o que faltava. O país está tão conflagrado, a falta de autoridade dos nossos políticos chegou a tal ponto, que era de se esperar que aconteceria o que aconteceu com Bolsonaro. O único consolo é que o atentado não foi fatal, mas poderia ter sido. Mais do que nunca, o Brasil é visto hoje no mundo como um país de periferia, comparável a aqueles onde a selvageria é encarada como algo normal. Mal o senhor Adelio Bispo de Oliveira, autor do atentado foi preso, e apareceram quatro advogados para defendê-lo.

IMPORTANTE

Esta é a eleição presidencial mais importante da história do país. Estamos no limbo, entre a possibilidade de voltarmos a crescer e a derrocada ainda mais para baixo. Dependendo de quem ganhar a eleição, o melhor caminho a seguir mesmo é o aeroporto. O Brasil está ficando inabitável. No ano passado 63 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. E outras 40 mil morreram em acidentes de trânsito. Aí não estão contadas as que ficam com sequelas para o resto da vida. Poucas guerras no mundo mataram 100 mil pessoas num ano.

DIÁSPORA

Já estamos vivendo uma verdadeira diáspora. Com quem você fala, sempre tem alguém da família ou conhecido vivendo no exterior ou prestes a viajar. E são todas pessoas de classe média para cima, que podiam contribuir muito para o desenvolvimento do país. Os brasileiros estão espalhados por todos os cantos do mundo. Outro dia, na Arena, encontramos conterrâneos daqui de Ivoti que vieram especialmente da China assistir jogo final do Grêmio. Eles nem pensam mais em voltar para cá. Vivem muito bem lá fora, ganhando bom salário e com segurança. Aliás, um deles fora assaltado um dia antes. E um ano atrás, teve o carro de uma locadora roubado. Fosse na China o assaltante levaria um tiro na nuca e pronto.

AUTORIDADE

Falta muita coisa aqui, mas o que falta em primeiro lugar é autoridade. O país está se transformando numa terra sem lei. Quem deveria exercer a autoridade não a exerce. No meu tempo de estudante – e faz tempo – nós levávamos reguadas nos dedos pelas costas da professora ao menor desvio de conduta dentro da sala de aula. Castigo físico era coisa corriqueira. Hoje em dia os professores têm que cuidar o que falam e via de regra são desafiados por alunos e nada podem fazer. Estão confundindo democracia com libertinagem generalizada. Para existir democracia devemos ter um Estado forte que faça cumprir as leis e puna os infratores. Caso contrário vira o que estamos tendo hoje no Brasil.

MENTIRAS

Como vamos conviver com democracia num ambiente assim, com o país dividido entre nós e eles. Pregam a luta de classes entre ricos e pobres. Pregam a luta de classes entre patrões e empregados. Nada disso na prática existe. O que existe é a colaboração entre patrões e empregados, entre ricos e pobres. A pessoa que é rica é vista com desconfiança e encarado como se fosse um explorador de pobres. Na verdade, é o rico que faz a economia girar e propicia emprego para o trabalhador. Um não existe sem o outro. É uma pena que tenhamos chegado nesta bagunça. Na verdade, a democracia está por um fio. Com o atentado de Juiz de Fora não falta muito para ultrapassarmos de vez todos os limites.

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