Colunistas
Se não for agora nunca mais será feita
Os mais velhos – nem tanto – devem se lembrar das primeiras eleições depois da abertura no começo da década de 90. As cidades brasileiras viraram uma imensa lixeira. Não havia regras claras e os candidatos podiam fazer o que quisessem. Na época não havia praticamente internet e a propaganda era toda feita em cima de propaganda impressa, onde se destacavam os famosos “santinhos”. Geralmente no último dia da campanha as ruas se tomavam de santinhos de candidatos que ficavam a noite toda jogando nas ruas os santinhos. Postes de luz então nem se fala. Viadutos nas estradas não escapavam. Dezenas de milhares de cabos eleitorais contratados para fazer bandeiraços. Nada disso existe mais, ou quase nada.
POUCOS EXEMPLOS
No mundo de hoje as coisas mudam tão rapidamente que muitas vezes nem nos damos conta. Hoje a campanha política deixa as cidades limpas por uma simples razão. Os candidatos não gastam mais tanto com tanto material, mesmo porque a legislação ficou muito dura quanto a este respeito. Aliás, é na legislação eleitoral que o Brasil se parece um pouco com os países de primeiro mundo. Sendo dura como ela é, os candidatos não se arriscam em burlá-la. E as cidades ficam limpas, a ponto de nem parecer que estamos a 10 dias de eleições quase gerais no Brasil. Este é um dos poucos exemplos que temos para dar no sentido de nos aproximarmos das melhores práticas de outros países sérios.
LUZ
Notícias dão conta que famílias continuam desde domingo sem luz. Isto acontece nos locais mais afastados dos grandes centros. Mesmo assim, não tem cabimento. Quando no primeiro mundo os cabos de luz são subterrâneos e não se vê o emaranhado de fios de luz nos postes, atravessando de um lado para o outro da rua e vice-versa, fica se pensando por que nunca no Brasil se fazem as coisas certas. Tudo é feito sem o menor planejamento. A maioria das cidades na Alemanha não convive com um fio de luz em postes. Nem tem postes nas ruas. Deste jeito não tem temporal que faz com que as cidades fiquem às escuras. Agora estão trocando postes de madeira por postes de concreto. É uma melhoria. Mas por que não fazer a rede subterrânea? O investimento é maior, mas é para sempre. Aqui tudo é feito pela lei do menor esforço. Nossos homens públicos são políticos de momento e não pensam como estadistas.
EXEMPLAR RARO
Em 25 anos conheci um prefeito de tantas cidades da região que podia ser chamado de estadista. Ele não era perfeito e cometeu seus pecados, mas de longe comparáveis às suas virtudes. Hoje Presidente Lucena é uma cidade planejada, que cresce muito e tem vários exemplos para nos mostrar graças ao primeiro prefeito Antonio Nilo Hansen. Nos primeiros quatro anos de município, Presidente Lucena foi desenhada para o futuro. Primeiro ele comprou 80 mil m2 de área de vários proprietários para transformar em área pública e no futuro construir tudo que fosse necessário ali. Câmara de Vereadores, garagem da Prefeitura, a própria Prefeitura, Posto de Saúde, Creche, área de lazer, hoje tudo está ali naquela área. Frase lapidar sua: “se não faço isto agora, nunca mais se fará”. Quando foi asfaltada a Presidente Lucena, a largura era de 9 metros. Dentro da área do município alargou-se para 12 metros. Ele bancou a diferença com recursos municipais. A sua frase de estadista: “se não fizemos a largura certa agora, nunca mais será feita”.