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Não podemos continuar nesta lenga lenga

10/10/2018 - 11h00min

Um dos pontos fracos de Arnaldo na Prefeitura sempre foi a sua fraqueza como um prefeito capaz de trazer recursos da União para Ivoti. Olha, no último mandato dele dá para contar numa mão alguns recursos que ele conseguiu angariar para Ivoti. Aliás, isto nem deveria existir. Os municípios deveriam viver às suas próprias expensas e não depender de recursos que mandamos para Brasília e depois voltam algumas migalhas para cá para fazer uma obra ou outra. Entretanto, nossos homens públicos se acostumaram com isso. Do orçamento dos municípios passaram a gastar tudo na manutenção da máquina. Para tanto, contribuiu muito o repasse de obrigações da União e dos Estados para os municípios, cujas obrigações antes eram do Estado e da União. Entupiram os municípios de obrigações como a saúde e não repassaram os respectivos recursos. Tanto que 60% da arrecadação de impostos ficaram em Brasília. Os municípios têm 15%. Com o tempo os prefeitos só se preocuparam com a Saúde e com a Educação e esqueceram de cuidar do dia a dia do município.

CONSEQUÊNCIAS

Quando você anda pelas ruas de Ivoti chega a ser deplorável. Cerca de 30% são intrafegáveis. São buracos abertos no asfalto, vias com desnível a ponto de você ficar se sacudindo dentro do carro como um iô-iô, asfalto remendado, falta de sinalização, enfim, nossas cidades são um caos viário. Para deixar a cidade bonita e trafegável minimamente os prefeitos alegam que não têm dinheiro. Para piorar tem o Judiciário e o MP que costumam mandar contas para os municípios arcar. O arcabouço de leis e obrigações bate no queixo. Não tem mais como arcar com todos os compromissos. Aí ainda entra a irresponsabilidade dos prefeitos em administrar mal os parcos recursos dos municípios. Além da legislação que embaralha tudo, eles praticam toda sorte de desperdícios. Dão emprego para cargos que não têm serviço e a conta acaba saindo muito alta. As consequências são vários anos de deficit na Prefeitura de Ivoti, o que é o cúmulo, olhando-se para o lado das obras. Elas praticamente não aconteceram nos últimos 30 anos da dobradinha de prefeitos que se revezaram no poder. Agora pelo menos o deficit vai acabar, mas continuamos sem obras e ruas melhores.

E AGORA

O deputado que carreava mais recursos para Ivoti não se elegeu. Tampouco foi o mais votado. Renato Molling fez muitos repasses para Ivoti. Esta prática está errada e precisa ser refeita. Tira esta prerrogativa dos congressistas, que não é função deles, e distribui melhor o bolo. Se Bolsonaro ganhar, ele prometeu isso. Aí não precisa mais depender de repasses de deputados para suas bases eleitorais. Os municípios vão andar com as suas próprias pernas. Ainda agora, o passeio público reformado no centro de Ivoti foi de verba destinada por Renato Molling, cerca de R$ 700 mil. Foram milhões repassados por Molling nos últimos anos, principalmente naqueles em que Maria foi prefeita. Sem este dinheiro, o município tem que tratar mais do que nunca de viver com suas próprias pernas. Por isto tem que se fazer com urgência um choque de gestão. Não podemos continuar nesta lenga lenga ano após ano. Até parece que o objetivo final da existência do município é dar emprego para amigos. Pelo menos era assim antes da atual administração assumir.

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