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Todos devem ser tratados da mesma forma

17/10/2018 - 11h00min

Me desculpem o palavrão, mas é isto mesmo que o povo brasileiro está sentindo e vê em Bolsonaro a salvação da lavoura. Bolsonaro diz que vai fazer tudo aquilo que o povo sente falta: segurança, educação com respeito aos professores, diz que vai se aliar a políticos sérios e por aí vai. O povo sentiu firmeza nele e o abraçou. Imaginem, como vai cumprir esta última de suas máximas que é trabalhar com políticos sérios? Existem? É claro que eles existem e o povo elegeu vários deles no domingo passado. Todas as profissões têm os bons e os maus e com a política não é diferente. Se ele cumprir o que promete, aí sim vai virar um mito. Resgatar a política num país completamente doente, em estágio terminal, não é pouca coisa. O primeiro passo ele deu no primeiro turno. Quando todo mundo achava que ele ia presidir se eleito o país com um partido nanico atrás de si, elegeu a maior bancada do Congresso Nacional. Ainda não é a maior, mas vai ser. Esta é a primeira coisa que o diferencia de Collor. O povo está realmente com o saco cheio disso tudo que está aí. Aqui em Ivoti não é muito diferente. Afinal, fizemos parte do mesmo país e não somos uma ilha. A podridão de Brasília também se espraiou para cá.

50 ANOS

Bolsonaro tem dito que gostaria que o Brasil tivesse a mesma sensação de segurança que havia há 50 anos. Não é só a sensação de segurança. Temos que voltar a ser o que éramos naquela época em tudo no que tange a coisa pública. Naquela época Ivoti tinha meia dúzia de funcionários na Prefeitura e todos trabalhavam por amor à camisa. Naquela época não havia a famigerada estabilidade no emprego, uma das piores coisas que botaram na Constituição de 1988. Onde já se viu você não poder demitir ninguém por pior que seja. O sujeito pode produzir 10% do que um colega e, mesmo assim, não pode ser demitido. Onde já se viu as pessoas se aposentarem com 40 anos de idade. Onde já se viu uma regra para os funcionários públicos e outra para os demais trabalhadores. Temos aqui no Brasil uma segregação, dois tipos de pessoas, as que têm privilégios e as que não têm. É claro que estas últimas têm que sustentar as que têm privilégios. Se você conta pelo mundo afora como as coisas são aqui ninguém acredita. Muitos devem pensar que nem em Marte as coisas acontecem desta forma.

25 ANOS

Estou há 25 anos escrevendo nesta coluna a mesma coisa e defendendo a justiça entre todos. Ninguém deve ter privilégios, todos devem ser tratados da mesma forma. Os políticos subverteram as coisas, as instituições, criaram as duas classes de pessoas no Brasil, fizeram o diabo nestes últimos 25 anos desde o advento da democracia e da Constituição cidadã. Enfiaram o Brasil no buraco onde se encontra. O sucesso de Bolsonaro reside nisso. Ele diz tudo com franqueza, as pessoas enxergam que ele fala a sua língua. Outro dia disse o seguinte: “Israel é um deserto e próspero. O Brasil é um oásis e está quebrado. Os políticos são os responsáveis por isso”. Quem teve até hoje coragem para dizer isso? Ele botou o dedo na moleira acusando a classe política. A reconstrução do Brasil, de nossas vidas, começa por aí.

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