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Bebê de Dois Irmãos com doença rara vive sete horas após o parto

20/11/2018 - 18h58min

Atualizada em 21/11/2018 - 14h41min

Dois Irmãos – Um bebê recém-nascido, diagnosticado com anencefalia, que é uma má formação rara no cérebro, viveu por sete horas. Os pais Reginaldo Teixeira dos Passos, 41 anos, e Vera Lúcia dos Passos, 34, residem no bairro Navegantes e, até o momento do parto, que ocorreu no hospital de Sapiranga, acreditavam e oravam por um milagre. Vera Lúcia deu à luz de cesariana na manhã de sábado, às 9h18 e, ao lado do marido, se despediu do filho Ryan às 16h10.

Reginaldo e Vera Lúcia souberam da má formação no cérebro do filho através do ultrassom morfológico, com quase seis meses de gestação. Era véspera de Dia dos Pais e, ao mesmo tempo que souberam do sexo do bebê, também receberam o diagnóstico inesperado. “Na hora, foi um baque. Tínhamos ido para a consulta com a expectativa de saber o sexo do bebê e com aquela tradição toda de saber se iríamos comprar roupinhas azul ou rosa e recebemos um diagnóstico desses. Claro, que também queríamos saber da saúde, mas nunca nos passou pela cabeça que podia ter algo grave, pois tudo estava ocorrendo normalmente, até ali”, conta Reginaldo.

DECISÃO – Por Lei, Reginaldo e Vera Lúcia poderiam interromper a gestação, mas isso não se tornou opção para o casal. Eles decidiram dar seguimento na gravidez e tentaram fazer tudo conforme as duas gestações anteriores, das filhas Angela Regina, 12 anos, e Lavínia, 10. “Foram feitos quatro exames com médicos e em locais diferentes e o diagnóstico foi o mesmo. Os médicos foram realistas com nós, nos explicaram o que é a anencefalia e tudo que a medicina diz sobre isso. Mas, na nossa fé e religiosidade, a gente não quis interromper a gravidez. Isso teria sido uma decisão que não nos traria paz. Posso dizer hoje, com coração em paz, que foram sete horas de intenso amor e fé pela vida do nosso filho. A gente pode falar para ele o quanto o amamos, mesmo que ele não pode ficar do nosso lado”, disse o pai. Vera Lúcia, que recebeu alta na segunda-feira, também diz que está convicta que tomou a melhor decisão. “Fiz o que minha crença, minha fé e meu coração disseram. Hoje estou chorando, sim, mas sei que fizemos tudo que podíamos. Fomos até onde tinha que ir. Se eu tivesse interrompido, não teria seguido os ensinamentos que acredito”.

DESPEDIDA – O velório de Ryan aconteceu domingo e o enterro no Cemitério Municipal, na Picada Verão.

Na edição impressa desta quarta-feira, confira reportagem completa. 

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