Colunistas
Por que será?
O prefeito de Ivoti ganhou uma viagem ao Japão de 10 a 17 de março para conhecer a cultura, realidade e aspectos políticos do país do sol nascente. Martin foi convidado porque Ivoti é a maior colônia japonesa do Estado. O próprio cônsul disse que é importante para o Japão pessoas de outros países conhecerem os aspectos da economia japonesa, sua sociedade, história e cultura. No lugar de Martin, deve assumir pelo menos por 10 dias o vice-prefeito Beto Schneider.
COMPARAÇÕES
Será muito importante para o prefeito de Ivoti comparar o que ele vai ver por lá com o que temos aqui. Martin terá um choque de cultura. Não porque a cultura oriental é diferente da nossa, ocidental, mas por causa das diferenças que encontrará lá para melhor, comparadas com aqui. Será muito importante Martin perguntar quando visitarem uma Prefeitura de lá, se tem estabilidade no emprego, uma das nossas maiores pragas. Pode perguntar também com quantos anos as pessoas se aposentam por lá e vai ouvir a resposta de que com 68 anos. A própria população acha muito cedo. Poderá reparar, também, se nos 10 dias em que permanecerá por lá verá um único buraco no asfalto. Falo em asfalto porque por lá tudo é asfaltado e não há estrada ou rua de chão batido. Por lá também não há desemprego, muito menos Justiça do Trabalho. O que vale é o contrato estabelecido entre o empregador e o empregado e lá eles honram o fio do bigode.
CORRUPTOS
Por lá também não tem corruptos. Quando alguém é pego cometendo um delito ele se mata de vergonha. É verdade, são poucos os que não se suicidam de vergonha quando roubam e são pegos. Martin podia confirmar isso e contar depois para nós como funciona lá. Podia ver também qual é a carga horária e se o trabalhador lá também ganha 1/3 a mais quando tira férias. Provavelmente eles não entendem isso. Como uma empresa vai pagar o salário se o trabalhador está de férias, muito menos 1/3 a mais? Ele não produz, como pagar ele como se estivesse trabalhando se não está? Poucos países se dão ao luxo de uma legislação tão draconiana. Podia perguntar também quanta ganha um trabalhador no Japão. Certamente ganham 5 vezes mais do que o trabalhador brasileiro. Cabe aqui ressaltar que não é por culpa do empregador. Quem estabelece o salário e o preço das mercadorias é o mercado e não o empregador. Senão podia cobrar pelo seu produto o que quisesse e pagar para o trabalhador o que quisesse também. É o mercado, a lei da oferta e da procura que fixa o preço das coisas, inclusive o salário.
TANTA COISA
Enfim, o prefeito pode nos trazer valiosas informações, de como são as coisas num mundo tão diferente do nosso e onde o regime econômico é o capitalismo, mas aquele capitalismo que nós não conhecemos aqui. Vou entregar para Martin umas 30 a 50 curiosidades, comparações com aqui que gostaria de saber como é lá e que ele talvez tenha tempo de nos trazer a resposta. Só para comparar o Brasil com o Japão que ele conhecerá tão de perto. Quando Tarso Genro, então governador, conheceu a Coreia, ficou maravilhado com o sistema de ensino de lá, onde vigora a meritocracia. O professor que produz mais ganha mais. Quem produz menos ou é mau professor ganha menos ou é demitido. O então governador voltou para cá e pensou em implantar aqui. Desistiu no mesmo dia. Por que será? Acho que ficou com medo de ser linchado.