O povo aproveita as redes sociais para dar seu recado

Há muito falam que as redes sociais mudaram o mundo. Então, estava dando uma conferida no Facebook da Prefeitura, e, então, hoje resolvi abrir espaço para o povo escrever esta coluna. Não para criticar ninguém, nem para elogiar, mas, apenas, para arejar esta coluna e impactar, para que a gente reflita sobre como o mundo mudou.
Voltando ao assunto: duas notícias postadas lá chamaram a atenção. Na verdade, não as notícias, mas a repercussão. Em uma delas, foi postado a conclusão da pavimentação em São José do Herval e a notícia positiva quase se transformou em negativa. Isso porque, o povo, ao ver as obras acontecendo, também as quer na frente de sua casa. Com isso, as pessoas anotaram lá a sua lista de reivindicações de calçamento ou asfalto: uma pediu a conclusão da obra em frente a escola da Picada, outra pediu na Walachai, uma terceira no Birckenthal, outra pediu no Birckenthal, outra quer pavimentação nas ruas do Centro (aquelas não contemplada com o projeto que ninguém precisou pagar, lembra?), e, ainda, outra leitora escreveu sobre a rua Belvedere: “A situação ‘tá’ horrível aqui, tem bastante movimento, deveria ser prioridade”. Esta rua é aquela que seria asfaltada pelo financiamento, mas os edis sentaram em cima (cada qual com seus motivos) e o projeto não foi votado.

REFLEXÃO

Pontos a refletir: em vez de elogiar a obra concluída (o que só foi feito por um morador, o Beto), afinal, não há pavimentação em cidade alguma da região neste momento; aqui, todo mundo aproveitou para pedir a sua obra. Outro ponto: as pessoas pensam mais em si, e, por fim, o lado bom, é que qualquer governante, seja prefeito, vereador ou governador, acaba tendo este contato direto com o povo, para ver quais são as prioridades, sem intermediário (ou sem filtro ou julgamento de valor), o que é muito bom!

ÁGUA

Outra postagem que chamou a atenção foi o aviso da Corsan de que, por conta do temporal de quinta, poderia faltar água. E aconteceu a mesma coisa. Uma moradora tascou: “Bela desculpa”. E aí “choveram” comentários, por exemplo, “acho engraçado: ontem nem choveu nem teve temporal, mas hoje de manhã já não tinha água”, outra escreveu “descaso, quando não é luz é a água” e uma terceira pediu intervenção do Poder Público. Outras leitoras ironizaram que “é normal”, ou, então, “com vento ou sem vento…”. O Buiu apenas escreveu “meu chapéu!” e outro morador sugeriu que cada um compre seu gerador. Aliás, havia uma postagem (e acho que foi apagada) dizendo que era para a Corsan comprar gerador…

COLUNA DOS PARABÉNS

Falando em mudanças, chamou a atenção da gente que o público feminino foi quem mais participou destes debates. Aí lembro de 20 anos atrás, quando começamos com os Falas Comunidades, quando você chegava nas casas ou na rua para coletar entrevistas, a maioria das mulheres preferia que o entrevistado fosse o marido, o pai ou o avô. Era uma luta conseguirmos alguma mulher para o Fala, pela pluralidade que queríamos, de homens e mulheres, adultos, jovens, idosos e crianças, agricultores, calçadistas e por aí vai… Enfim, as mulheres não queriam reclamar das coisas do bairro ou da comunidade. Que bom que a realidade mudou, parabéns às nossas leitoras!