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Jogada de marketing

11/02/2019 - 11h00min

Atualizada em 11/02/2019 - 13h03min

O Diário conversou na tarde de sexta-feira com o deputado Marcel van Hattem. Como se sabe, ele é de Dois Irmãos, onde foi vereador e não concorreu à reeleição porque achou que não ia se reeleger. Aí se elegeu para a 1a suplência na Assembleia Legislativa. Vamos e viemos, um cara como ele é um desperdício se ocupar uma cadeira em Câmara de Vereadores. Se o sujeito tem talento, este é o lugar onde ele não pode mostrá-lo. A Câmara de Vereadores é para pessoas comuns, nunca para alguém que tem um talento superior. O que determina a eleição de alguém para uma Câmara de Vereadores não é o que ele faz durante o mandato. O que determina a reeleição de alguém é o que ele não faz. As pessoas ignoram completamente o que um candidato à reeleição para a vereança fez durante o mandato anterior. O que leva alguém a se eleger são outros fatores, aqui já amplamente comentados. Como vereador, a carreira de Marcel estava no fim. Não tinha como ir longe porque ele é bom demais.

VAI LONGE

O mesmo que não vai longe como vereador na sua cidade, vai muito longe como candidato a deputado estadual e até federal. Isto já se viu nas duas eleições seguintes. Na primeira suplência ele assumiu uma cadeira na Assembleia como o deputado genuinamente de direita. Talvez foi o primeiro a assumir sua condição de candidato de direita e que prega o estado mínimo. É de sua autoria, inclusive, o projeto da “Escola sem Partido” que até hoje não foi votado. Enquanto esteve na Câmara de Vereadores de Dois Irmãos, Marcel não tinha como enxergar mais longe do que os limites do município. Como deputado passou a enxergar os limites do Rio Grande do Sul e nem ali ele não cabia. Ao assumir sua condução de deputado genuinamente de direita, os holofotes se voltaram para ele. Parecia uma coisa rara, por isso conseguiu atrair tantos holofotes. As pessoas não sabiam ainda que o Brasil era um país de maioria de direitista, pessoas que estavam com o saco cheio de estereótipos esquerdistas e da falência do Estado. Marcel apareceu para o público gaúcho como o deputado que pregava o estado mínimo, o combate à violência, o fim do aparelhamento do Estado e consequentemente do ensino em todos os níveis e o seu discurso soou como música aos ouvidos da população.

VAI MAIS LONGE AINDA

A gente mal se deu conta e ele já está em Brasília como o deputado gaúcho mais votado, tendo feito 349 mil votos. A sua linha de pensamento é a mesma que eu prego aqui nesta coluna há muito tempo e as pessoas gostam porque é a direção correta. Enquanto o Brasil estava caminhando para o rumo errado, Marcel pregava tudo aquilo que o povo queria ouvir. Ele antecedeu até mesmo o atual presidente, que soube explorar este anseio da maioria da população e se elegeu da maneira que todo mundo está sabendo. Agora em Brasília, Marcel vai ter espaço para ganhar âmbito nacional. O primeiro passo ele já deu. Foi candidato à presidência da Câmara dos Deputados, mesmo sabendo que não tinha chances. Mera jogada de marketing que ele sabe fazer melhor do que qualquer um.

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