Coluna Nova Petrópolis
Coluna NP – 14/07/2025
Por Anna Bezerra
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Tem gente que ainda acha que golpe é coisa de internet, de mensagem com link suspeito. Mas os golpes mais pesados não vêm com erro de português — vêm com crachá, com conversa educada, com promessa de confiança. Em Nova Petrópolis, mais de 100 famílias caíram na lábia de um homem que atuava no setor imobiliário. O prejuízo: mais de R$ 20 milhões. Ele fechou as portas, fugiu pro litoral catarinense e seguiu a vida — até a prisão bater na porta de seu novo endereço de luxo.
Ferida
O dinheiro levado é só a ponta do iceberg. O que mais dói é a sensação de ter sido traído por alguém que parecia confiável. O golpe, quando vem de alguém com quem você assinou contrato, dói duas vezes. É um lembrete cruel de que nem sempre o que parece legal é legítimo. E que em cidades pequenas, onde todo mundo se conhece, o tombo é ainda mais fundo. O estrago vai muito além do financeiro — ele quebra vínculos e levanta muros invisíveis.
Segurança
A repercussão do caso levantou mais uma vez a pauta da segurança pública. Lideranças do Legislativo da cidade foram a Porto Alegre pedir reforço no efetivo da Brigada Militar e mais estrutura para a Polícia Civil. O discurso foi claro: Nova Petrópolis precisa de mais presença nas ruas, não só boas intenções em ofícios. O município cresce, recebe turistas, se desenvolve — mas a segurança não pode ficar no tempo do “era tranquilo”.
Cobrança
Não é de hoje que a cidade sente a ausência de ações concretas nessa área. E não adianta esperar pra buscar solução. O gesto dos parlamentares é válido, que ações como essas vire rotina, saia do papel literalmente e que a cidade siga caminhando cada vez mais segura.
Soberanas
Em meio a tudo isso, um respiro cultural: as soberanas do Festival Internacional de Folclore estão visitando 21 escolas do município. E não é só para fotos. Elas levam história, tradição, explicam os trajes, contam o porquê de cada detalhe. É o tipo de visita que encanta e ensina. Crianças olham com brilho nos olhos, e ali começa a sementinha do pertencimento — que talvez nenhum livro sozinho plantaria.
Raiz
Enquanto a gente fala de golpe e insegurança, lembrar de cultura é quase um abraço. Porque quando a cidade se reconhece nas suas raízes, fica mais forte também pra se proteger. O trabalho das soberanas mostra que tradição não é só desfile: é ferramenta de formação. E que se a gente quer um futuro mais consciente, começa com esse tipo de cuidado na base. Escola, afeto e identidade — isso também é segurança.
Máquina
Nova Petrópolis recebeu um novo trator agrícola. A notícia pode parecer pequena perto das outras, mas não é. É máquina, é ferramenta de trabalho, é possibilidade de resposta mais rápida onde o barro toma conta. Na cidade que se orgulha da agricultura, cada reforço no campo é reforço também na cidade. Ainda mais se for usado com critério e presença.
Expectativa
Agora, que esse trator não vire só número em prestação de contas. Que vá onde a necessidade grita, que atenda do centro ao interior. Porque máquina parada não alimenta ninguém — mas bem usada, muda paisagem, estrada e rotina.
