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Com a demora, doze empresas que tinham lotes foram embora
O Tribunal de Contas do Estado alertou o município de Ivoti pelo fato de suas contas nos exercícios de 2015 e 2016 terem fechado com rombo no caixa. Em 2015 o rombo foi de 3 milhões e em 2016 de 1,6 milhão. Como se sabe, os órgãos públicos não podem mais fechar com rombo no caixa, o que é proibido por pela lei 8666 do início deste século. O gestor público que não cumpre a lei, ou seja, deixa no mínimo provisão de recursos para pagar o rombo do exercício anterior incorre em crime de responsabilidade. Foi este crime que provocou o impeachment de Dilma juridicamente. O rombo do governo federal teve vários outros aspectos como meter a mão em recursos da Caixa e do Banco do Brasil, etc. Aqui em Ivoti, Arnaldo fechou dois anos seguidos com rombo no caixa e neste seu último, em 2016, o rombo teria sido muito maior não fosse a repatriação de recursos do exterior, que produziu para Ivoti cerca de 1 milhão extra, que não estava previsto e também outros recursos que gerou uma receita em dezembro de mais de 10 milhões. Um rombo que se projetava de, no mínimo, 4 milhões, acabou sendo no frigir dos ovos de 1,6 milhão. Não importa o valor, Arnaldo está respondendo pelos rombos que deixou.
DOIS PESOS…
Os Tribunais de Contas são engraçados. Os seus auditores que julgam as contas são tudo políticos em final de carreira, que arrumam com os governadores uma “boquinha” no Tribunal de Contas. Não sei se eles retribuem com um fechar de olhos as nomeações, porque o rombo do governo do Estado é de bilhões por ano e nada acontece. Será que também fica na advertência pura e simples como aqui ou o governador sofre as mesmas consequências dos prefeitos quando provocam rombos. O que sempre se verifica é que, quanto mais alto o escalão, menos se aplica a lei. No próprio governo federal, houve para este ano um rombo previsto de 159 bilhões. Para não incorrer nos rigores da lei o Congresso Nacional aprova o valor do rombo. Dá para entender uma coisa dessas. Um dos poderes infringe a lei, o outro aprova o rombo e o terceiro, o Judiciário, fecha um olho.
PREJUÍZO
Com relação ao desenvolvimento do município, o que se tem é uma mudança de visão de futuro. Em 2013, primeiro ano de Arnaldo, foi comprada a área na Colônia Japonesa por um valor fora da realidade, pois se pagou quase 4 milhões pela área que não valia tudo isso. Concomitantemente a compra da área Arnaldo enviou projeto de mudança no Plano Diretor para a Câmara, com um monte de gato ensacado perdidos nos meandros do projeto. É bem verdade que atropelou leis, enfim, queria botar de pé o distrito industrial meio que na marra, o que não foi possível por vários motivos. Com a demora, 12 empresas que tinham lotes, foram embora. Tivéssemos tido um pouco mais de zelo com o negócio, não teríamos perdido as empresas.
25 MILHÕES
Só duas destas empresas que eram top e se mandaram de Ivoti provocam grande lástima. Uma está lá na RS com um belo prédio construído em Campo Bom. A outra também foi. Se estivessem funcionando aqui em Ivoti teríamos cerca de 25 milhões de faturamento já, o que provocaria um belo incremento na economia do município. Não importa quem foi o prefeito do passado, temos que olhar para a frente, mas sem deixar de entender o que aconteceu com o distrito industrial. Hoje está tudo liberado e aí nos perguntamos. Tinha que interditar tudo como foi feito se eram situações que poderiam ter sido corrigidas. O Diário vai uma vez atrás para ver o que aconteceu com todo este processo do distrito industrial, pois o difícil foi atrair as empresas. Elas vieram e depois tiveram que ir embora. Porque?