Colunistas

A festa do motorista foi um retumbante sucesso em todos os sentidos

30/07/2019 - 09h45min

Ela se fortaleceu neste ano talvez por causa do sucesso da paralisação do ano passado, que pôs fim aos abusos da Petrobras nos aumentos do combustível. Toda população estava revoltada, mas foram os caminhoneiros que pararam o país e assustaram pela primeira vez as “autoridades” lá de Brasília. Eles deixaram os governantes tontos, sem saber o que fazer. Agora todos os governantes estão com medo dos caminhoneiros e ninguém continua abusando por temer uma nova greve. Quando aconteceu a greve fui um dos primeiros a dizer que finalmente surgiu uma categoria com capacidade para dar um basta nos políticos abusados que estavam acabando com o país. Nunca havia sido levado em conta o que aconteceu com os caminhoneiros. Quando o governo se deu conta que a categoria unida era capaz de fazer um estrago daqueles, caíram na real. Até então eram os petroleiros que tinham esta capacidade, mas que são muito mais fáceis de controlar pela limitação de suas ações. Os caminhoneiros não. A greve de então foi aprovada pela esmagadora maioria da população, porque ninguém mais aguentava o estado de coisas. Os colonos foram os primeiros a aderir pelas cidades do interior do país. A grande imprensa foi comprada pelo governo e, para parecer simpática aos olhos onde está o dinheiro dos nossos impostos, condenou a atitude dos caminhoneiros do começo ao fim. Ignorou a adesão dos colonos. Ignorou o amplo apoio da população e saiu condenando a atitude daqueles que não aguentavam mais trabalhar só para abastecer o tanque de diesel.

REPERCUSSÃO

Os reflexos daquele sucesso da greve dos caminhoneiros resultou no aumento da adesão na procissão de domingo em Ivoti e o orgulho de ser caminhoneiro estava estampado no rosto de cada um. A classe se uniu ainda mais depois da paralisação. Ao lado dos colonos é um dos trabalhos mais sacrificantes e só é caminhoneiro aquele que gosta do ofício. É por um ideal mesmo. Ficar semanas fora de casa não é coisa para qualquer um, além de sofrer as agruras das estradas esburacadas, da falta de sinalização e do baixo frete do mercado. A tabela de preços nada resolveu. Nenhuma atividade econômica encontra solução de baixa rentabilidade com intervenção do governo. Baixar uma tabela de fretes de cima para baixa é uma típica intervenção que jamais deve existir. O mercado tem que rentabilizar a atividade. Moral da história: a tabela de frete está aí como figura decorativa porque ninguém respeita. Isto só funciona na Petrobras, que tem o monopólio da produção e distribuição de petróleo. Aliás, tinha, porque o atual governo vai acabar com ele. Aliás, o grande problema do Brasil, que encarece os produtos de um modo geral, é justamente a existência de monopólios e oligopólios. O ministro Paulo Guedes – tomem nota deste nome – tem dito que temos no Brasil 3 ou 4 grandes bancos que dominam 95% do mercado financeiro. Temos no Brasil 2 ou 3 operadoras de telefonia que dominam todo o mercado. Temos no Brasil duas ou três distribuidoras de gás que dominam o mercado. Temos no Brasil uma produtora de petróleo. E TEMOS NO BRASIL 200 MILHÕES DE PATOS que sofrem com isso. Paulo Guedes vai dar um jeito nisso. Ele já garantiu que o gás de cozinha vai sofrer uma redução de 40% em dois anos.

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