Coluna Dois Irmãos

A importância de todos valorizarem as compras no comércio local

07/08/2019 - 09h44min

O padeiro José gasta 300 reais no mercado do Marcos, que compra uma blusa de 300 reais na loja da dona Helena, que gasta os mesmos 300 para consertar seu carro na mecânica do Paulo, que usa este valor para pagar a conta no restaurante da Maria, onde sempre almoça e paga 300 reais por mês.

A Maria usou os 300 reais para comprar uma bota na loja de calçados da Luísa (onde voltou para fazer a troca e ficou feliz por ter comprado no comércio local, pois foi prontamente atendida). Já a Luísa foi arrumar o cabelo no salão da Albanita e gastou 300 reais, com o qual ela deu ao marido, Luis, que pegou esta grana para abastecer o carro no posto do Alfredo, que resolveu pintar a grade da cerca do pátio e usou estes 300 reais na loja de tintas do Nilson, que iria depositar na poupança, mas resolveu pagar a prestação do carro na revenda do Martim.

Já o Martim usou os 300 reais para pagar a parcela do aluguel na imobiliária do Simão, que emprestou a um amigo do futebol, que usou os 300 reais para pagar o agiota Judas, que pegou o dinheiro e, em vez de pagar os 300 reais que devia na padaria do Luis (fechando o ciclo), resolveu ir gastar no shopping em Porto Alegre. Tudo isso ocorreu no mesmo mês!

CRISE

No mês seguinte, o padeiro José fez o rancho e ficou devendo 300 reais no mercado do Marcos, que iria comprar uma blusa na loja da Helena, mas não foi porque faltou justamente 300 reais. Já a Helena, queria comprar uma bota na loja da Luisa, mas não pôde, porque não tinha os 300 reais, enquanto a Luisa, sem dinheiro, não pôde ir ao salão…

E a história continua, até chegar ao agiota Judas, que não conseguiu ir passear em Porto Alegre por dois motivos. Primeiro: não tinha dinheiro, pois o amigo do Simão não veio lhe pagar os 300 reais da prestação porque o Martin não tinha ido lhe pagar o aluguel. E, em segundo lugar, Judas não foi no shopping porque a bota que comprou para a esposa não serviu e quando ligou lá, avisaram que não tinha troca “nem destroca”!

Ou seja, justamente aquele dinheiro que o Judas não fez circular no comércio local no mês anterior, acabou faltando neste mês atual!

MORA DA HISTÓRIA

Você reparou que a história toda gira com os mesmos 300 reais?

Mas estes 300 “pila” fez tanto negócio no mês, de um comerciante pagando o outro, que acabou virando uma quantia superior a 3 mil reais.

Em um único mês, os 300 do padeiro José viraram 3.000 reais ao passar na mão de 10 comerciantes. Mas como o Judas “deu uma de traíra” e foi gastar fora do comércio local, este dinheiro fez falta no mês seguinte, e todo mundo deixou de comprar mais. E de vender mais!

Ou seja, ao não valorizar o comércio local (de Dois Irmãos ou qualquer cidade que nos lê), ao preferir comprar fora, você leva seu dinheiro “para fora”. E ele não circula aqui, fazendo com que todos saiam perdendo, inclusive você mesmo, pois este dinheiro não retornará a você. E nem estamos falando, ainda, do fator que este dinheiro, se ficar aqui, gera impostos e empregos!

Por fim, pedimos desculpas se alguém se sentiu ofendido. A idéia desta crônica é somente valorizar o comércio local, fazer este despertar! Os nomes e profissões foram inventados. Se por acaso, tiver alguma semelhança, pedimos desculpas.

Por fim, frisamos que cada um é dono do seu dinheiro e pode gastar onde quiser. Aqui ou na China! Não estamos criticando quem compra fora, afinal, somos livres, vivemos em uma democracia. E, em algum momento, talvez, todo mundo tenha que comprar algo fora…

E esta é a mensagem positiva do dia, afinal, como escreveu o hipnoterapeuta Michael Arruda, a “mente não distingue o que é real do que é imaginário”, portanto, reflita sobre o que este imaginário criado aqui impacta a sua realidade!

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