Coluna Nova Petrópolis

A Prefeitura de Nova Petrópolis precisava de uma camionete Amarok?

25/11/2019 - 11h13min

Atualizada em 25/11/2019 - 11h13min

Semana passada você leu no Diário que a Secretaria Municipal da Saúde recebeu uma camionete nova. Modelo Volkswagen Amarok, que custou R$ 150 mil. Nas redes sociais, e inclusive em mensagens enviadas a mim, diversos munícipes questionaram a razão do município estar adquirindo um automóvel tão caro. Num dos contatos li a sugestão de que o valor daria para comprar dois veículos Fiat Doblô, cuja capacidade de carga é de sete passageiros. Na internet alguém propôs a compra de carros no valor de R$ 40 mil. Daria para comprar quatro e ainda sobraria dinheiro.

AMAROK DO PDT

A Amarok veio para o município através uma emenda do deputado federal Pompeo de Mattos (R$ 120 mil de Brasília e mais R$ 30 mil da Prefeitura). Pompeo é do PDT, partido que também está à frente da Secretaria da Saúde. Logo os pedetistas da cidade se encarregaram da defesa às críticas citadas no começo da coluna. É um daqueles casos em que os dois lados têm razão. Talvez em outras partes do Brasil a saúde pública precise de um camionetão daqueles. Nova Petrópolis, não. Se existe alguma estrada no nosso interior que exige este tipo de veículo, a Prefeitura que faça uma melhor manutenção, já que poucos moradores têm dinheiro para comprar uma Amarok e todos querem andar. Agora, já que a camioneta veio para o município, que seja bem aproveitada. E aí entra a justificativa que partiu de alguns pedetistas e para os quais eu também dou razão. Os programas do governo federal sempre deixam pouquíssimas opções para os municípios. Algum burocrata do Ministério da Saúde resolve que vão distribuir X unidades do modelo Amarok aos municípios. Para as Prefeituras, é pegar ou largar… Com a ajuda de Pompeo, Nova Petrópolis pegou a sua.

A RAIZ DO PROBLEMA

Agora que eu já dei razão para os dois lados e todos devem estar felizes comigo, vamos à raiz deste impasse. O deputado Pompeo de Mattos provavelmente concorda que a Prefeitura de Nova Petrópolis não precisava de uma Amarok. Mas era a alternativa que ele tinha para ajudar o município. É uma história que já se repetiu por aqui com muitos outros deputados. O que pouco se vê é um deputado se movimentando no sentido de acabar com esse sistema. As emendas parlamentares são um câncer no sistema da administração pública brasileira. Sei que vou ser repetitivo, mas o ideal seria se mais dinheiro público ficasse nos municípios, permitindo a cada um comprar os veículos que julgar necessários. Respeito a trajetória de Pompeo, mas gostaria de ver ele e outros deputados mais empenhados em dar um fim às emendas parlamentares. Deputado não tem que ficar distribuindo dinheiro para os municípios!

MENOS BRASÍLIA

Bolsonaro se elegeu presidente com o lema “Mais Brasil, menos Brasília”. Espero que o cumpra. Para tanto, terá que mudar a forma como os recursos são distribuídos entre municípios, estados e a União. E isso significará o fim, ou quase, das emendas parlamentares.

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