A Prefeitura deveria estar buscando alternativas ao terminal rodoviário

Vamos imaginar uma historinha. São dois irmãos. Um deles é bem organizado e disciplinado financeiramente. O outro tem comportamento oposto, preferindo “levar com a barriga” enquanto der. Por razões diferentes, cada irmão tem uma dívida, ambas pesadas e difíceis de pagar. No dia do vencimento das duas dívidas, os credores deram dois anos a mais de prazo para cada irmão. O irmão responsável ficou aliviado e imediatamente começou a pensar em uma maneira de aproveitar o novo prazo para quitar o seu débito. Provavelmente ele o conseguirá. O outro irmão também fica aliviado e assim permanecerá pelos dois anos seguintes. Passado este período, ele seguirá sem ter o dinheiro de que precisa.

MAU PAGADOR

No caso do terminal rodoviário, a Prefeitura está se comportando como o irmão indisciplinado. Ano passado, quando o contrato com o imóvel do terminal estava por vencer, foi aquele tumulto que todos lembram. Houve manifestações na pracinha dos brinquedos quando este local foi sugerido como alternativa. Aos 45 minutos do segundo tempo o contrato foi renovado por dois anos. Era uma negociação difícil e há méritos nela. Mas esses dois anos deveriam ser aproveitados para debater alternativas com a comunidade. Metade do prazo já passou e não se viu qualquer avanço. É possível que já exista um planejamento interno. Mas é temerário apresentar uma proposta só em 2020, às vésperas do fim do contrato e, mais grave, na iminência da eleição. Sem qualquer alternativa com um mínimo de consenso na comunidade, o município poderá ter que se sujeitar novamente ao aluguel em uma negociação pouco vantajosa. O ideal seria descascar este abacaxi agora.

VOTOS DE SENSATEZ

O deputado Elton Weber teve protagonismo na aprovação do projeto de lei que extinguiu o auxílio-mudança na Assembleia Legislativa. Era aquela “ajudinha” de R$ 25 mil que cada deputado recebia no começo e no fim do mandato para as despesas de instalação de moradia na capital. Já seria um absurdo praticado com o dinheiro público, mas piorava na medida em que deputados moradores de Porto Alegre também recebiam o dinheiro, bem como aqueles que se reelegiam, caso de Elton Weber em 2018 (também o caso do atual presidente da República, que já era deputado, permaneceu em Brasília e, mesmo assim, recebeu o auxílio). Quando a informação sobre este auxílio se tornou pública, a repercussão foi péssima e o deputado de Nova Petrópolis anunciou que doaria o valor para nove instituições sociais. Deputados do partido Novo devolveram o auxilio aos cofres públicos. Elton Weber foi o único a fazer uma doação. O resto se valeu da regalia legalizada e ficou com o dinheiro. O importante nesta altura do campeonato é que este absurdo chegou ao fim. Parabéns Elton Weber e a todos que foram sensatos e votaram pelo fim do auxílio. A economia será de R$ 2,7 milhões a cada quatro anos.

BANANEIRA

Plantar bananeiras nas estradas tem sido uma forma criativa de protesto. Esta aqui é na estrada de Linha Gonçalves Dias. Para esta mesma estrada, na semana passada o vereador Rodrigo Santos (PSB) pediu uma roçada.