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A velha política de Linha Nova e as dificuldades por não concordar sempre

20/07/2018 - 11h00min

Se tem uma coisa que é muito difícil para um jornalista em Linha Nova é trabalhar com a imparcialidade. Não que seja difícil ser imparcial e analisar sempre todos os lados de uma história. O problema está quando alguém “não gosta” de determinada abordagem, ou que fale de algum assunto ou até mesmo pior, que elogie seus opositores. Aí o repórter é visto como inimigo. Em Linha Nova, os políticos não são flexíveis, de um modo geral. Cada um defende seus ideais com unhas e dentes (o que tem suas vantagens) e raramente reconhecem ideias boas do adversário político (isso é uma desvantagem).

Isto é visível na Câmara de Vereadores. O último exemplo, que não foi inédito, foi a retirada de um projeto que entrou e receberia uma emenda da oposição. O projeto foi retirado pela Prefeitura. Tudo bem, é direito retirar o projeto. Mas eu não me surpreenderia se o projeto voltasse com as modificações similares às propostas da emenda que os quatro vereadores da oposição fizeram. Isso é só uma questão de ego, de não aceitar uma proposta da oposição que é minoria na Câmara.

Claro que, não podemos deixar esquecer que às vezes a oposição pega sim pesado contra a Prefeitura. Do meu ponto de vista isso é o direito deles de fiscalizar. Porém, não existe um lado, não deveria existir. Deveria ser uma administração e nove vereadores procurando ideias e formas de fazer o melhor por Linha Nova, talvez até deixando de lado coisas pequenas e tentar buscar novas soluções para Linha Nova. Isso pouco acontece.

Em Linha Nova acontece ainda a velha política. Isso fica bem claro, pois o município sempre se polarizou e o grupo de políticos que hoje são opositores, já estiveram lado a lado. E eu não me surpreenderia com a união de dois ex-prefeitos para a próxima campanha, em dois anos.

Mas a grande questão é: Linha Nova ainda faz da velha política. A mesma velha política que ocorre em Brasília, onde os opositores são opositores políticos, mesmo se a ideia, se o projeto, é bom. Há um suspiro nessa nova legislatura, com três jovens vereadores que estrearam no cenário político. Os três são bem ativos, duas da oposição e o presidente da Câmara de Vereadores. Agora só o tempo vai dizer se estes três serão pioneiros de uma nova forma de fazer política no município, ou se vão se render a velhos problemas de administradores e legisladores passados.

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