Colunistas
Arrependimento
O presidente Bolsonaro avisou a equipe do Ministério da Economia para que não toquem mais nos seguintes assuntos: fim da estabilidade do funcionário público, privatização das joias da coroa, BB, Caixa e Petrobras e a recriação da CPMF. Portanto, considero-me a partir desta data um bolsonarista licenciado. Infelizmente por um lado errei ao defender a sua candidatura. Ao indicar o ministro Paulo Guedes para a Economia e ouvir da boca dele de que daria carta branca para o novo ministro caso ganhasse a eleição, me decidi na hora de apoiar Bolsonaro, antes mesmo de faltar um ano para a eleição. Acreditei na palavra dele em detrimento de seus atos. Por exemplo, votou contra a reforma da previdência e a trabalhista. Agora diz que no governo dele não vai acontecer o fim da estabilidade no serviço público, talvez de longe, a maior praga que assola este país de tantas que existem por aí.
EXEMPLO
Por outro lado ele está no caminho mais do que certo ao privatizar tudo que é possível e abrir a economia para o exterior, de um modo geral diminuindo o tamanho do Estado. O fim da estabilidade no emprego é uma obrigação moral de se acabar. E vem este sujeito que se tornou presidente da República, prometendo mundos e fundos, e diz que no governo dele não quer mais ouvir no assunto. Só o Palácio do Planalto tem 4.000 funcionários e a Casa Branca, nos Estados Unidos, apenas 350. Só por este exemplo pode-se ter uma ideia da praga que este o empreguismo no país. Por mais que queiramos, a corrupção leva muito dinheiro dos impostos. Mas a praga maior é o empreguismo desbragado, as aposentadorias precoces, infindáveis privilégios. A carga tributária no Brasil é de 35% do PIB. No entanto, temos que computar hoje em dia o tamanho do déficit e aí chegamos a 45%. 85% do gasto do governo são pagamentos de salários de funcionários na ativa e inativos. O governo precisa cortar despesas, o país não cresce mais há tempos e incrivelmente o presidente se nega a pagar parte das promessas que fez.
TELEFONISTAS
Tem cabimento, motoristas, faxineiras, contadores, recepcionistas, secretárias, centenas de cargos sem qualquer necessidade, jamais poderão ser demitidos, mesmo que não tenham o mínimo de serviço. Quem pode fazer uma coisa dessas? Qual empresa privada se permite fazer isso? Porque estabilidade no serviço público. Quem inventou uma porcaria dessas. Porque o funcionário público é diferente do resto dos trabalhadores. Tem coisas neste país que não tem cabimento. Nos EUA até delegados de polícia são escolhidos diretamente pela população e o juiz tem o mandato renovado também por escolha da população em alguns estados. Os país está quebrado e o presidente se nega a acabar com a estabilidade no emprego. Por estas e outras considero-me um bolsonarista licenciado a partir de agora. Se ele voltar para os eixos e fazer a coisa certa, pode ser que volto de novo para a ativa.