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As marcas de uma votação polêmica abalam relações na Câmara

02/04/2018 - 11h00min

A troca de farpas entre os vereadores serviu para deixar o clima carregado na Câmara de Vereadores. Euclides Tisian (Gringo-PT) não engoliu – ainda – as acusações de seus colegas e a rejeição do projeto que previa a extinção das diárias. Pelos bastidores, ele está adiantando que vai continuar disparando contra alguns colegas. Porém, a turma do “deixa disso” deverá entrar em campo para colocar panos quentes na discussão. Alguns legisladores entendem que não é momento para a “briga” continuar e pedirão que seja feito um “acordo de paz”. O resultado prático só veremos amanhã.

DILEMA DO PT

Toda a confusão gerada pela proposta de Gringo serviu para colocar gasolina na combustão que vivem os vereadores do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara. A situação interna do partido que – pelo menos no Legislativo – está literalmente rachado se agravou. Ano passado a relação já apresentava sinais de que não seria nada fácil. A posição de Euclides Tisian em votar a favor do governo não foi vista com bons olhos por Márcia Ribeiro, uma das mais ferrenhas opositoras à Prefeitura.
Outro problema no início do ano abalou ainda mais a frágil convivência petista. Gringo ficou sem participar da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que fora presidente em 2017. Perdeu espaço justamente para Márcia, que assumiu como relatora da CCJ. De quebra, ficou sem a liderança da bancada. Na prática, apenas não tem direito a cinco minutos a mais de discurso na palavra livre.
Além disso, Márcia Ribeiro criticou duramente o colega na sessão passada, elencando os anos e volume de diárias que recebeu, bem como as que autorizou no período em que presidiu a Câmara de Vereadores. Gringo ficou visivelmente contrariado.

A URNA DECIDE

Existe um fato incontestável. A urna colocou o Partido dos Trabalhadores na oposição. Assim como foi com o PSB, PSDB, PDT e os demais que não abraçaram ou coligaram com a chapa encabeçada pelo MDB e PPS. Depois, como a gente bem conhece, são iniciadas as negociações e algumas composições até foram fechadas. Por um tempo, o PSB integrou a base governista. Partido, atualmente, tem uma postura mais independente. A política é construída com entendimento, projetos e ações positivas devem ser aprovadas. Da mesma forma que, aquilo que não for bom, deve ser reprovado ou ajustado. A função do vereador é justamente fiscalizar. Foi eleito para isto. Uma parcela da população entendeu que esta pessoa tem competência para cumprir a missão. Daqui quatro anos será testada sua eficácia na função ou não. Assim funciona o jogo democrático.
Márcia não aceita a posição de Gringo em votar tudo com o governo. Claramente isto gera um mal-estar imenso dentro do partido. O jovem presidente da sigla em Estância Velha, Gregori Haag, terá que ter jogo de cintura para administrar esta crise.

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