Coluna Dois Irmãos
Começo de Conversa 28/11/2024
Mauri Marcelo Toni Dandel
MORREU
Tem um empresário da região que ‘enche a boca pra falar que “os jornais tão morrendo’”. Faz uns 10 anos que ele fala isso (deve ser pra zoar), mas toda morte postada pelo Diário ele tá lá, curtindo e compartilhando. E todo ‘santo’ errinho do “bom e velho impresso” está lá o nosso amigo, zoando e ‘flauteando’ no nosso Whats. Ué, mas os jornais não tão morrendo, o que ele ‘tá’ fazendo, tomando chimarrão ou café e lendo o jornal? Ele tá vivo?
Ouço essa história há 15 anos. A gente pagava para ir a congressos ouvir os caras dizerem isso: os jornais vão morrer! Os palestrantes que diziam isso já saíram do mercado, já ficaram ultrapassados (já “quebraram”) e os jornais estão aí. E vemos um menino de talento (da nova geração), que fazia lives no Facebook usar a palavra “jornal” no seu Instagram! Ué, mas os jornais não iriam morrer? Meus parabéns, aliás!
MORTE?
Lembra dos livros, diziam que iriam morrer! Ou melhor, não é um bom exemplo, pois já pregaram o fim dos livros faz décadas e… você já viu alguém lendo um Kindle aqui em Dois Irmãos? Alguns leitores nem sabem do que se trata. Eu leio Kindle e livros impressos, portanto, não estou criticando nada nem ninguém… Aliás, acabei de fazer uma manchete de uma editora de livros de Dois Irmãos que é sucesso nacional: a Biblioteca Católica!
RÁDIO
O papel pode morrer, mas a notícia, nunca! O Beto Ody, dono da Alegria, ícone nacional no setor, nos lembrou este dia, em uma conversa, que falavam isso das rádios quando surgiu a TV. E as rádios estão aí, mais fortes que nunca, bombando no digital, organizando mega festivais…!
Ou seja, para rádio, jornal, TV ou o que quer que seja, mudará ou não a plataforma, mas nunca morrerão. Diziam que os Correios iriam morrer! Hoje não entregam cartas, mas entregam encomendas (e multas de trânsito!), ou seja, estão vivos.
LIVRARIA, VIDEOLOCADORA
Nas “pseudo-palestras” por aí, eu digo o que todo mundo sabe, morreu a videolocadora daquele formato de ir lá alugar vídeo aos sábados, mas as pessoas não deixam de olhar filme, ao contrário, a demanda só aumenta. Mudou a plataforma! Então, quando o cidadão (todo metido) chega e diz que ‘os jornais estão morrendo’, eu digo, “se morreu o jornal você é um fantasma que está aí lendo”. Jornais fecham, sim, aos montes, como livrarias, locadoras, mas por outros motivos, entre eles, a incompetência ou a falta de sensibilidade de ler as mudanças do mundo. Estive em um congresso de mídia digital em São Paulo mês passado e quando falei que trabalhava há 25 anos em um “jornal”… nem preciso dizer o espanto da gurizada, a maioria com 20 a 22 anos! Posso eu abandonar o jornalismo, podem os jornais impressos fecharem, mas nunca vai parar a notícia, há lugar para todos!
FIM DO FERRADOR
Voltando, outro exemplo. Existe alguma ferraria para fazer ferradura de cavalo na cidade? Quem conhece nossa história sabe que antigamente havia uma ferraria famosa aqui no Centro, em cujo local existe uma sala comercial é bem disputada hoje. Pois bem, não existe “ferraria”, mas existe ferrador (e aí cito só um, que é o nosso amigo e leitor, o famoso Fabiano Ferrador). Outra pergunta: o pessoal gasta (ou investe) mais em cavalos hoje “que não tem ferraria” ou há 50 anos, quando tinha “ferraria” para ferrar cavalos? Aposto que com o dinheiro de um único cavalo de raça hoje aqui da cidade daria para comprar “quase toda a cavalaria” de antigamente. Ou seja, “morreu a ferraria”, mas existe o ferrador e existe o cavalo (cada vez mais caros) e, principalmente, aumentou – e muito – o admirador e investidor em cavalos. Logo, não existe estabilidade em nada, diria o Fábio Augusto!
– A mensagem positiva do dia: “O maior risco é não correr riscos, não dá para ficar sem correr nenhum risco, senão você não faz nada”, Jorge Paulo Lemann.