Coluna Dois Irmãos

O encontro de duas gerações: o aluno Jerri e o prefeito Mallmann, há 20 anos

14/06/2021 - 10h21min

Começo de conversa
Dois Irmãos

Mauri Marcelo Toni Dandel

 

MÃOS TRÊMULAS
Olha as voltas que o mundo dá. Um menino que estudava em uma escolinha foi com outros alunos e professores visitar a Prefeitura. Foram recebidos pelo então prefeito e um destes alunos, com as mãos tremendo, mal conseguia segurar a folha de papel, leu uma mensagem ao prefeito.
O fato deve ter acontecido lá por 1990 ou 1991, duas décadas atrás. A escola era a Paulo Arandt, do São João, bairro que, naquela época, sofria um certo preconceito.
De um lado, um menino que tinha vindo lá do noroeste do Estado quando criança com sua família e se instalado no bairro que acolheu a maioria dos migrantes da época.
Do outro, a autoridade máxima do município. E autoridade em todos os sentidos, prefeito e empresário renomado, dono de uma das maiores fábricas calçadistas da região.

JERRI E MALLMANN
Precisamos falar quem eram estes dois personagens? Acho que não.
O aluno é o Jerri, atual prefeito. E o prefeito de 1989 a 92, era o João Arnildo Mallmann (in memorian).
Esta historinha quem me contou foi o prefeito, quando perguntei se um dia ele imaginava que sentaria naquela cadeira e como estavam os abacaxis inerentes ao cargo.
Faz algumas semanas que o Jerri me contou este recorte da história dele. Foi de forma informal e isso normalmente não é assunto para reportagem.
Mas resolvi registrar aqui para ilustrar que muitos dos nossos políticos de hoje e de ontem, muitos dos nossos empresários ou comerciantes do presente e do passado, assim como muitos dos nossos anônimos, têm histórias bonitas e belos recortes que merecem ser registrados. Mas hoje não vou sugerir, de novo, que as pessoas deveriam registrar estas histórias, escrever livros e tal.

RÁPIDAS
– Por falar na história acima, o Mallmann teve Renato de vice, que foi prefeito e teve o Juarez de vice. Por fim, Mallmann foi vice do Juarez, que hoje é vice do Jerri.
– Aliás, era uma característica do Mallmann, enquanto político, dedicar esta atenção. Vá a São José do Herval e pergunte o que achavam da gestão dele: só elogios.
– O pessoal o procurava pedindo obras, ele ouvia e mandava fazer. Tempos depois, quando encontrava o mesmo morador na rua, ia lá e perguntava como tinha ficado a obra.
– Lembro de uma. Em 2000, eu publicava na Começo uma história onde constava o nome de umas 100 cidades gaúchas. Era tarefa de uma gincana, achei tão legal que passei a publicar aqui como charadinha, para o pessoal tentar acertar os nomes das cidades do RS.
– Um dia o Mallmann me chamou na sala de reuniões da prefeitura pessoalmente para entregar as folhas escritas a mão de todos os nomes de cidades que ele tinha encontrado no texto. Ele ainda elogiou o texto e citou seu autor, que era o professor Victor Hansen, que no mesmo ano concorreu a prefeito contra Juarez.
– Mudando de assunto, parabéns ao vereador Tavares pelo empenho na questão das vagas da oncologia. Água mole em pedra dura…
– Felicitações ao PT por abrir espaço aos suplentes do seu partido na Câmara.
– Parabéns ao secretário Leo, pelas várias iniciativas da pasta, tem muita coisa acontecendo.
– Por fim, a mensagem positiva do dia: “É parte da cura o desejo de ser curado”, do Sêneca, filósofo romano. Em outras palavras, há 2000 anos ele disse que não dá para ajudar quem, no fundo, não quer ajuda…

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