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Coluna Nova Petrópolis

A afirmação de Mandetta que ameaça Nova Petrópolis

08/04/2020 - 14h30min

Você já deve ter se decido entre o “Time Mandetta” ou o “Time Osmar Terra”. Ou outro, que opção não falta. Segunda-feira de tarde parecia que o gaúcho se tornaria ministro da Saúde, mas nada mudou. Segue no cargo Luiz Henrique Mandetta. E já foram pelo menos três ocasiões em que ele fez uma afirmação que deveria preocupar a população de Nova Petrópolis. Mandetta fala em fazer um inventário nacional dos recursos de saúde, em especial leitos de UTI. E, havendo necessidade, realocar recursos de um lugar para outro.
VAMOS COMPARAR
Nova Petrópolis tem cerca de 50 pacientes monitorados, quatro testes já realizados e, até ontem, nenhuma confirmação de coronavírus. O próprio Estado do Rio Grande do Sul ainda se encontra em uma situação relativamente tranquila. Enquanto isso, em São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Ceará e Distrito Federal a situação está bem mais grave. O Hospital de Nova Petrópolis não conta com UTI, mas está dobrando o número de respiradores, passando a ter seis.

CHUPANDO O DEDO
Logo, pelo que o ministro da Saúde vem falando, nossos aparelhos podem ser requisitados para uso emergencial em outro lugar, com a promessa de que também teremos este reforço externo se viermos a precisar. Uma promessa muito difícil de acreditar. Se quando Nova Petrópolis precisar não houver nenhuma máquina sobrando, ficaremos chupando o dedo.

CADA UM POR SI
E o mais importante: boa parte da estrutura de saúde do nosso município foi adquirida com recursos da comunidade. Quem não conhece o trabalho da Oase? E por que isso? Porque as verbas públicas disponibilizados nunca bastam. Pensando em um enfrentamento nacional na pandemia, a realocação de recursos da saúde faz todo o sentido. Mas, na hora de adquirir estes recursos, as autoridades sempre nos dizem que é “cada um por si”. Então vamos ter um mínimo de atenção a essa história. Podemos sair seriamente prejudicados.

SISTEMA DE 795 MIL
No dia 31 de março, a Prefeitura contratou a um sistema chamado Webgis, ao custo de R$ 795 mil. O valor assusta, mas, segundo profissionais de arquitetura com os quais conversei nos últimos dias, o investimento terá retorno em poucos anos. Para começar, este pagamento se dará por meio de mais um empréstimo feito pela Prefeitura, cuja aprovação na Câmara aconteceu em 2018. Mas o que faz este sistema? Ele cria uma representação digital completa do município, inclusive com projeção em 3D de todas as edificações, além de mapeamento completo de todos os serviços públicos (luz, água, lixo, esgoto, etc) e, é claro, um levantamento do número de moradores em cada residência. Dizem que é uma excelente ferramenta para o planejamento urbano, podendo ser unificada e aproveitada por todas as áreas da administração. Inclusive a Secretaria da Fazenda, para… isto mesmo: atualizar a planta de valores do IPTU. Dizem que a precisão do sistema é tamanha, que seria possível cobrar IPTU até das casinhas de cachorro. Por um lado, eu acho muito justa essa atualização. A maioria dos imóveis urbanos paga o imposto calculado com valor venal muito abaixo do mercado. Ninguém venderia o seu imóvel pelo preço que consta no cálculo do IPTU. Claro que tem um “mas”, mas ele ficará para a coluna de amanhã.

Por Francis Jonas Limberger

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