Coluna Nova Petrópolis
Nova Petrópolis: foi a concorrência, a melhor estrada do mundo, medidas drásticas e o momento ideal
Raul Petry – colunistas@odiario.net
FOI A CONCORRÊNCIA
O governador Eduardo Leite complicou as regras da bandeira preta ao decretar que os estabelecimentos comerciais abertos só podem vender produtos essenciais. É tão confuso que chega a ser difícil de explicar. Supermercado não pode mais vender brinquedos. Farmácia não pode mais vender perfume. E loja de material de construção não pode mais vender televisão. É mais ou menos por aí, para ficarmos só em alguns exemplos simples. Essa medida revoltou os comerciantes e o público de um modo geral. O discurso é de que o governador quer decidir o que podemos e o que não podemos comprar. Isso soa um tanto ditatorial. Mas não é. A venda por tele-entrega segue liberada. E o governador só tomou essa decisão após uma reunião em que representantes de entidades comerciais pediram justamente isso. Se uma loja de brinquedos tem que ficar fechada, por que os seus produtos não são essenciais, por que os mercados poderiam continuar vendendo esses mesmos itens? Essa foi a natureza do questionamento levado ao governador na semana passada.
A MELHOR ESTRADA DO MUNDO
Sábado eu tive a oportunidade de passar novamente pela estrada da Linha Temerária, que num passado recente foi classificada como “a pior estrada do mundo”. Todos devem lembrar bem a buraqueira que era aquilo lá. Nessas horas é fácil dizer que os jornais fazem sensacionalismo. Mas hoje é consenso que a postura crítica do Diário contribuiu decisivamente para que alguma providência fosse tomada. E para ser justo, as providências tomadas foram muito boas. Tanto é que passados quase três anos, o asfalto continua tendo boa qualidade. Parece que ainda é novo. Antes se fazia um tapa buracos, o que só retardava o problema durante alguns poucos meses. O buraco reaparecia exatamente no mesmo lugar. Desta vez eles começaram arrancando tudo e fizeram uma base nova para o asfalto. Os buracos, de fato, desapareceram.
MEDIDAS DRÁSTICAS
Esse episódio da “pior estrada do mundo” nos ensina que às vezes é preciso haver medidas drásticas. Foi assim que aquela capa do Diário circulou pelos gabinetes do poder, em Porto Alegre, e Linha Temerária teve o seu problema resolvido, com espantosa qualidade. Situação semelhante aconteceu há duas semanas, quando um morador da rua Tiradentes resolveu arrancar com as próprias mãos o asfalto defeituoso na frente da sua casa. Teve muito ai ai ai, mas a verdade é uma só. Se não tivesse apelado para o espetáculo filmado, aquele morador iria amargurar meses ou até anos esperando, até que alguma providência fosse tomada na frente da sua casa. São dezenas de casos que poderíamos citar como exemplo. Enquanto não são tomadas medidas drásticas, a maioria dos problemas são ignorados pelas autoridades.
O MOMENTO IDEAL
Teoricamente essa é uma época de menos turistas circulando em nossas estradas. Lamentavelmente a EGR demora mais de dois meses para divulgar o movimento em seus pedágios. Não fosse isso, saberíamos com mais precisão o quanto o movimento diminuiu com a bandeira preta. Mas o fato é que diminuiu. E esse seria o momento ideal para fazer o transporte do avião da Varig, de Porto Alegre até Nova Petrópolis. Agora. Não quando o movimento voltar.