Coluna Nova Petrópolis
Nova Petrópolis: carro da multa, estacionamento, segurança, multas, empregos
Raul Petry – colunistas@odiario.net
CARRO DA MULTA
A Prefeitura lançou a informação de que está sendo testado um carro com câmeras, que fará a fiscalização do estacionamento rotativo. A lógica é a seguinte: o veículo de fiscalização vai circulando pelo centro e as câmeras tiram fotos das placas de todos os carros estacionados nas vagas do estacionamento rotativo. Se algum deles não tiver pago a tarifa, a cobrança é lançada naquele mesmo instante. Mas, graças a uma parceria com a Prefeitura, também haverá uma consulta ao sistema do Detran, e aí vai ser possível saber, por exemplo, se um carro é roubado ou se está com o licenciamento vencido. Isso mesmo: tem o ganho para a segurança, mas também torna a arrecadação mais eficiente.
ESTACIONAMENTO
Eu parto do princípio de que o estacionamento rotativo foi uma medida importante e boa para a cidade. Organizou o que estava bagunçado. Hoje, por mais movimentada que a cidade possa estar, sempre tem como encontrar uma vaga livre bem perto de onde se quer ir. Isso ao custo de um ou dois reais. Então, se o estacionamento rotativo está aí, se é importante, que ele funcione da melhor forma possível. Nesse sentido, o carro da fiscalização será um acréscimo muito valioso para a eficiência do sistema.
SEGURANÇA
Eu também vejo um grande acréscimo para a segurança pública. Quem não gosta de ter muitas câmeras apontando para si, vai ter que se acostumar. Essa é a realidade que se acentuará daqui por diante. Tudo será cada vez mais controlado por câmeras. E não são meras máquinas que filmam ou fotografam. São câmeras inteligentes, conectadas a sistemas e bancos de dados, capazes de ler informações, como a placa de um carro, e identificar problemas. Muito ruim para os bandidos.
MULTAS
Muitos entendem esses avanços tecnológicos como uma mera forma de aumentar a arrecadação. É fato que se tiver um carro com o IPVA vencido, as câmeras vão acusar e ele será multado. Isso é um problema? Claro que sim. Mas a questão é muito mais ampla do que o carro que fiscaliza. É uma questão estrutural do Brasil, onde existe uma carga tributária pesadíssima, além das taxas de todo tipo que o cidadão precisa pagar. Deveria ser muito menos.
EMPREGOS
Também tem a questão dos empregos. O carro e as câmeras fotográficas provavelmente farão o serviço equivalente a alguns monitores da empresa Zona Azul. Muitos verão nisso uma promoção do desemprego, mas eu discordo frontalmente. Nem me refiro tanto ao emprego do motorista do carro, que também existirá. Mas quantas pessoas tiveram que trabalhar até que este carro chegasse às ruas de Nova Petrópolis, com suas câmeras e computador de bordo? E quantas mais terão que trabalhar na sua manutenção? São empregos bem mais qualificados, se comparados à função do fiscal de rua. Aí está! Inovações como esse carro qualificam o mercado de trabalho. Só que aqui no Brasil muitas vezes a mão de obra não está preparada para o avanço.