Coluna Nova Petrópolis
Nova Petrópolis: Nei Schneider e a Câmara de Vereadores
Raul Petry – colunistas@odiario.net
48º
Ontem de noite a Câmara de Vereadores voltou a ter sessão, após o mês de férias em janeiro. O fato que sobressai nesse início de trabalhos, sem dúvidas, é a ausência de Nei Schneider, que se recupera de um AVC. E a sua substituição também é um fato bastante marcante. Tudo indica que o lugar de Nei é ocupado por Edeson Brasilista, que ficou em 48º lugar na disputa pela vereança, com 74 votos. Isso porque os dois suplentes imediatos do PSDB, Jorge Lüdke (Alemão) e Carlos Simon (Calit) estão empregados na Prefeitura. Um é o secretário da Agricultura e o outro é o secretário adjunto de Obras.
DISTORÇÃO
O sistema proporcional de votação cria essas distorções. Entre os nove eleitos em novembro, o menos votado é Tarcísio Brescovit, com 261 votos. Agora assumirá um com 74, deixando para trás algumas dezenas de suplentes, de nomes que fizeram muito mais votos. Isso pode ser chamado de tudo, menos de democracia representativa.
DESEQUILÍBRIO I
A votação do PSDB na proporcional foi um tanto desequilibrada. Digamos que o partido vitorioso na majoritária não contou com muitos candidatos médios para a vereança. E se tivesse uns três ou quatro nomes desses, com número intermediário de votos, provavelmente teria conseguido três, e não duas cadeiras na Câmara. No topo da tabela os tucanos emplacaram três nomes fortes: Kátia Zummach, que inclusive foi a mais votada entre todos, e ainda Nei Schneider e Jorge Lüdke. Juntos estes três fizeram 1.698 votos. Alemão é o melhor exemplo da referida distorção, não tendo sido eleito, apesar de ter recebido 500 votos e de ter sido o quinto candidato mais votado na lista geral.
DESEQUILÍBRIO II
Depois desses três candidatos muito bem votados, o PSDB teve uma espécie de vácuo na parte intermediária da tabela. Kalit é o único nome nesse segmento, na 18º posição, com 236 votos. Depois dele já vem Edeson Brasilista. Faltaram os chamados “operários” na nominata tucana.
NEI SCHNEIDER
O AVC que acometeu Nei foi bastante violento. Mas parece que ele está se recuperando. É o que todos nós desejamos. Lamentavelmente, hoje não sabemos se o veremos novamente como vereador. Ano passado Nei já sofreu um ataque cardíaco. Agora um AVC. Uma vez recuperado, terá mais é que se cuidar. E isso provavelmente significará o afastamento das atividades de vereador. É que Nei se envolve de uma forma muito emotiva com os assuntos da Câmara. Por sua experiência na Prefeitura de Picada Café, ele é o vereador mais entendido sobre contabilidade e tributação. E por sua origem no Vale do Caí, também compreende como poucos a realidade do interior. O resultado é que Nei não engole qualquer desculpa esfarrapada dos colegas. Só que, além de debates qualificados, isso gera estresse. Por isso, o melhor é se afastar até estar plenamente recuperado. De preferência, nem olhar as sessões pela internet. Do ponto de vista da coletividade, é uma pena. Mas a saúde deve vir em primeiro lugar. Melhoras, Nei!