Coluna Nova Petrópolis

Nova Petrópolis: um mês, segunda dose e falta de critérios

18/02/2021 - 08h49min

Raul Petry – colunistas@odiario.net
UM MÊS

Hoje, dia 18, completa-se um mês daquele ato simbólico realizado pela Secretaria da Saúde no posto de saúde do bairro Piá, em que cinco profissionais da linha de frente foram os primeiros a receber a vacina contra a Covid-19 em Nova Petrópolis.

SEGUNDA DOSE

Na semana passada, antes do Carnaval, pelo menos 14 profissionais da saúde já receberam a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Eles fazem parte daquele grupo que recebeu as primeiras doses em janeiro, num lote inicial de 500 doses que chegou a Nova Petrópolis. Naquela época houve certa preocupação sobre a oferta de vacinas para a segunda aplicação. Será que haveria mais 500 doses disponíveis até 28 dias depois? O temor era tamanho que muitos entenderam ser melhor aplicar só 250 doses naquele momento e deixar a outra metade guardada. A notícia boa é que bem antes do prazo para a aplicação da segunda dose o município já tinha recebido esse novo lote, o que está garantindo a completa imunização.

PRIMEIRA DOSE

Conforme a atualização mais recente, Nova Petrópolis recebeu 1.090 vacinas para a aplicação da primeira dose. Até a sexta-feira, dia 12, haviam sido vacinadas 1.090 pessoas, o que equivale a quase 98% de aplicação da primeira dose. No comparativo com a população total do município, quase 5% das pessoas já receberam a primeira dose.

PARA MAIS

Em determinado momento de janeiro, Nova Petrópolis recebeu 150 doses da vacina de Oxford. De acordo com os números da Prefeitura, 165 pessoas receberam aquelas 150 doses. Mas como é possível esse rendimento a mais? A explicação existe. Aquelas vacinas de Oxford chegaram em vidros de dez doses, cada. Mas cada vidro tinha um pouco mais de líquido, permitindo fazer não 10, mas 11 aplicações. Esse é um procedimento permitido do ponto de vista técnico e rendeu 15 vacinas a mais para o município.

FALTA DE CRITÉRIOS

Todos em sã consciência bateram palmas lá no dia 18 de janeiro quando se anunciou que os primeiros vacinados seriam os profissionais da saúde da linha de frente. A sociedade deseja muito que estes trabalhadores tenham boa saúde, para poder cuidar bem das demais pessoas. Então aquele primeiro critério era absolutamente correto. Só que logo depois a coisa começou a desandar um pouco e hoje alguns dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde já se mostram discutíveis. Por exemplo: ainda não foram enviadas vacinas com ordem expressa para aplicação em pacientes que fizeram transplante de órgãos. Essas são pessoas que têm imunidade zero e correm muito risco. Enquanto isso, qualquer pessoa que tem alguma ligação com a área da saúde, por mínima que seja, já recebeu a vacina. Num município aqui perto, o borracheiro que cuida dos pneus das ambulâncias do Samu entrou para a fila e se deu bem. Em Nova Petrópolis, uma pessoa que trabalha na assistência social recebeu a vacina e ainda achou que poderia tirar uma casquinha na política, publicando uma foto nas redes sociais. Muitas pessoas questionaram por que essa pessoa já estava recebendo a vacina, uma vez que não trabalha com doentes. A repercussão negativa foi crescendo e a única saída foi apagar a foto. É um caso bem ilustrativo.

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