Coluna Nova Petrópolis
O que mudou em Nova Petrópolis após o primeiro caso de Covid
Eu estava curioso em ver como a cidade se comportaria imediatamente após a confirmação do primeiro caso de coronavírus. E não houve qualquer surpresa. Houve muito falatório, interpretações erradas, polêmica, mas não vi ninguém mudando de hábitos. E nem haveria motivo. A presença do vírus entre nós não aumentou nem diminuiu por causa de um exame positivo.
ENTRE MARÇO E MAIO
A imprensa e as autoridades receberam pesadas críticas por causa da divulgação desse primeiro caso positivo. É que a pessoa ficou doente em março, resolveu não procurar ajuda, se recuperou em casa por conta própria e amém. Só que agora em maio ele resolveu fazer um teste rápido para tirar a dúvida. E deu positivo. Como positivo, se o paciente já está recuperado? Aí está o detalhe importante: ao se recuperar, o paciente adquire anticorpos, que combatem o vírus. São esses anticorpos que o teste rápido detecta. Então, quando o teste rápido dá positivo, é porque a pessoa já teve o vírus e se curou.
POR QUE DIVULGAR?
As críticas à imprensa e às autoridades foram no sentido de que um caso de março, já curado, não precisaria ter sido divulgado. Ora, precisava sim! A opinião pública e a população têm todo o direito e até a necessidade de saber que em março o coronavírus já estava circulando por aqui. Imaginem a gravidade se acontecesse o contrário, com a informação sendo omitida pelas autoridades.
O VÍRUS ENTRE NÓS
Essa é a informação mais valiosa que o caso positivo traz. O vírus já estava por aqui em março. E os estudos que o Estado apresentou recentemente dizem que para cada caso positivo existem diversos subnotificados, dentre os quais a maioria é assintomática. A Secretaria Municipal da Saúde anunciou que fará uma investigação deste paciente que deu positivo. Espera-se que seja bem sucedida e que se descubra todos que estiveram em contato com esse paciente recuperado. O ideal seria testar todas essas pessoas também. Pode ser que aconteça, mas é improvável, dado o volume de testes que vêm sendo realizados. Baixíssimo, ainda.
OS MISERÁVEIS
Na segunda-feira, 18, a Câmara aprovou a abertura de créditos especiais que totalizam quase R$ 1 milhão. Tudo oriundo de emendas parlamentares para a área da saúde. Os autores das emendas são: Afonso Motta (PDT), Marcel van Hatten (Novo), Afonso Hamm (Progressistas), Heitor Schuch (PSB), Marcelo Brum (PSL), Nereu Crispim e Pompeo de Mattos (PDT). Mas não é dinheiro para construir um posto de saúde ou para comprar uma ambulância. A maior parte, num total de R$ 650 mil, é para o “incremento do piso da atenção básica”. Uma boa notícia para um momento de pandemia. Por um lado, sim. Por outro lado, sempre me causa preocupação pensar que o andamento da saúde depende da decisão política de um deputado. Neste caso, sete deputados. O dinheiro da saúde tem que ser disponibilizado pelo governo na medida em que os municípios precisam. Não onde os deputados decidem. A saúde é um direito fundamental de qualquer cidadão e jamais poderia depender da boa vontade e dos interesses de deputados.
Por Francis Jonas Limberger
limberger@hotmail.com
WhatsApp: (51) 99888-1830
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