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Coluna Nova Petrópolis

Os que o primeiro caso positivo e a primeira morte têm em comum?

17/06/2020 - 09h30min

Em maio Nova Petrópolis teve divulgado o primeiro caso positivo de coronavírus. Supostamente positivo. Nesta semana, a primeira morte de um morador da cidade atribuída ao vírus. Supostamente, também. As duas famílias contestam os resultados e entendem que os casos não deveriam integrar as estatísticas oficiais. Odirlei Schmidt, em Nove Colônias, fez um total de sete testes, dos mais diversos tipos, e só o primeiro não deu negativo. Mas é este que segue valendo até hoje. No caso mais recente, o atestado de óbito aponta o câncer como causa da morte. Mas foi para a conta do coronavírus. Desse jeito, as informações oficiais cairão cada vez mais em descrédito. E não estou me referindo a qualquer negacionismo, que é outro capítulo da pandemia no Brasil.

O PIOR NÃO É ISSO
Alguém sabe o que mais estes dois casos têm em comum? Pois são as reações com tom quase medievais demonstradas por muitas pessoas, especialmente nas redes sociais. Os absurdos que aconteceram com o agricultor de Nove Colônias, levando-o ao hospital por causa da carga de estresse, se repetiram com a família enlutada na Linha Temerária. Ignorando o momento de dor, teve gente que chegou ao ponto de entrar em contato com a família para pedir explicações. Lamentável. Será que essa turma da caça às bruxas não consegue entender que amanhã qualquer um deles poderá estar com o vírus? Provavelmente não.

FINALMENTE
Ontem de manhã a reportagem do Diário questionou a Prefeitura sobre os casos confirmados (e contestados) em Nove Colônias e em Linha Temerária. Será que o município não poderia recorrer ao Estado para que esses dois casos fossem retirados das estatísticas oficiais? Ou, pelo menos, revisados… Coincidência ou não, horas mais tarde a Prefeitura anunciou que estava questionando o Estado. Que bom! Agora, que a Secretaria Estadual da Saúde faça logo as revisões necessárias em seus critérios e coloque um ponto final nessa confusão toda que ela mesma criou.

AÇÃO PROTOCOLAR
Não adiantou o movimento dos prefeitos junto ao governador para que a região seguisse na bandeira laranja e com o comércio aberto. Seguimos na bandeira vermelha pelo menos até o dia 29. Os motivos do prefeito Regis Hahn para pressionar o governador eram legítimos: a sobrevivência da economia local, em especial os empregos e a renda. Mas fica a impressão que a ação foi mais protocolar, para não aceitar calado essa injustiça imposta a Nova Petrópolis. Na prática, era muito difícil o governador voltar atrás, pois se o fizesse, ele estaria abrindo um precedente sem tamanho. Todos os prefeitos passariam a contestar a cor vermelha e o sistema de bandeiras estaria condenado. A outra saída era a desobediência, correndo o risco das implicações da lei, inclusive na esfera criminal. Todos sabem que Lelo jamais faria isso. Então agora que a bandeira vermelha está confirmada, e não tem muito mais o que fazer, o objetivo tem que ser trabalhar dobrado na busca de alternativas para preservar as nossas empresas. Um trabalho regional com todos os 49 prefeitos da Serra, para melhorar os números do coronavírus e evitar que a situação se repita, também seria muito bem-vindo.

Por Francis Jonas Limberger

[email protected]

WhatsApp: (51) 99888-1830

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