Primeira morte com Covid em Nova Petrópolis: surpresa e controvérsia

A primeira morte relacionada ao coronavírus em Nova Petrópolis causou surpresa e também controvérsia. Na sexta-feira, dia 12, o boletim oficial do município dava conta de quatro casos de Covid, todos já curados. Naquela altura, conforme os dados, sequer havia pacientes hospitalizados com suspeita da doença. No domingo a Secretaria Estadual da Saúde trouxe uma atualização que mencionava o quinto caso positivo em Nova Petrópolis, mas sem dar detalhes. Ontem, quando ainda se buscava o esclarecimento desse quinto caso, o Estado noticiou a primeira morte na cidade. Houve bastante contestação, visto que um dia antes a situação era considerada tranquila.

COM CORONAVÍRUS
A forma como o Estado divulga os boletins diários de óbitos não é muito esclarecedora. É apresentada uma lista de “novos óbitos confirmados para o novo coronavírus”, o que passa a impressão de que todos os listados são vítimas diretas da pandemia. Mas na lista estão misturadas pessoas que morreram “com” o coronavírus e outros que morreram “por causa” do coronavírus. É uma diferença e tanto. Conforme foi esclarecido ainda na tarde de ontem, o paciente de Nova Petrópolis estava com o vírus, mas o óbito foi em decorrência de outra doença. Inclusive se descobriu que ele contraiu o coronavírus no próprio hospital.

“POR CORONAVÍRUS”
No fim da tarde de ontem, todos os veículos de comunicação estavam incluindo o caso de Nova Petrópolis na lista de mortes causadas pelo coronavírus. O nome da cidade rodou o Estado… A própria Prefeitura, na publicação em que informou o assunto, teve o título falando em “morte por coronavírus”, contradizendo a informação do texto. Isso deixa evidente que é preciso melhorar a forma como são contabilizadas e divulgadas as mortes causadas pelo coronavírus. Todos os dias o Jornal Nacional começa falando em 1.000 mortes por coronavírus. Terrorismo?

LEITOS DE UTI PRÓPRIOS I
Desde que passamos para a bandeira vermelha, muitos vêm questionando o motivo de Nova Petrópolis não ter leitos próprios de UTI. Alguns inclusive estão cobrando tal investimento, apegando-se ao fato de que a Prefeitura acaba de receber o “socorro” R$ 3 milhões do governo federal. Dinheiro que poderia ser usado para instalar alguns leitos de UTI na cidade. Por outro lado, quem entende do ramo, afirma que não é bem assim. Fala-se que além do custo da instalação, haveria uma despesa razoável na manutenção, a começar pelo salário dos médicos intensivistas e demais membros da equipe. Como existem leitos de UTI à disposição aqui do lado, em Caxias do Sul, o custo não se justificaria.

LEITOS DE UTI PRÓPRIOS II
E mesmo que os custos se justificassem, o fato de Nova Petrópolis ter alguns leitos de UTI próprios não faria da cidade uma ilha livre da bandeira vermelha de Caxias do Sul. Continuaríamos atrelados à região, que conta com 193 leitos de UTI e, ontem, uma taxa de ocupação de 75,6% (63 pacientes têm confirmação ou suspeita de Covid-19). Se Nova Petrópolis instalasse alguns leitos, eles seriam colocados à disposição da central de regulação e ocupados pela região. A taxa de ocupação da nossa região, que é o que vale, pouco mudaria.

Por Francis Jonas Limberger

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