Coluna Nova Petrópolis

Um dado vergonhoso em Nova Petrópolis: menos de um teste por dia de pandemia

29/05/2020 - 22h01min

Um teste rápido do coronavírus costa R$ 260 na Farmácia São Miguel. Quando perguntei sobre a compra de 5 testes, o valor unitário já caiu para R$ 220. Fico imaginando o tamanho do desconto se eu fosse comprar 100, 500 ou 1.000 testes. É essa a quantidade de testes que a Prefeitura deveria estar comprando. Ou melhor, já deveria ter comprado. Sim, porque os números de testes até agora realizados em Nova Petrópolis, nos municípios da região, no Estado e no Brasil são RIDÍCULOS! Mil vezes ridículos! Uma média de menos de um teste por dia de pandemia nem deveria ser divulgada, por vergonha.

POR QUE NÃO?
Ninguém defende fazer testes rápidos em todos os moradores. Nada disso. Com 100 testes semanais, feitos de forma aleatória, haveria uma informação valiosíssima, sobre o avanço ou recuo do vírus. Que sejam observados características demográficas básicas, como a distribuição de moradores nos bairros e localidades, percentual de homens e mulheres e faixas etárias. Começa com 100 testes e na semana seguinte, repete-se a mesma quantidade, aplicando os mesmos padrões. Duas semanas depois, novamente. E vai indo, de 100 em 100. Disso resultará um gráfico da presença do vírus em Nova Petrópolis. Por que não?

FALSO POSITIVO
Fala-se muito no tal “falso positivo” e outras imprecisões nos resultados dos testes rápidos. Isso não é um problema numa sequência de testes semanais. Basta que sejam repetidos sempre os mesmos métodos e padrões. Os falsos positivos da primeira semana terão o mesmo peso nas rodadas seguintes. É como aquelas pessoas que pedem para não responder a uma pesquisa de opinião pública.

100 X R$ 260
Para comprar 100 testes, o município gastará no máximo R$ 26 mil. Esse é o preço da farmácia. Comprando um lote maior direto do fornecedor o preço será muito menor. Na farmácia, por mês, o gasto de 100 testes semanais ficaria em R$ 104 mil. Lembrando que mês passado o governo queria dar um aumento de 25% no vale-alimentação do funcionalismo, o que representaria um incremento de R$ 97 mil na despesa mensal. O argumento era “reaquecer a economia local”. Será que a economia local não está sentindo os efeitos negativos da falta de testes? E outra: o município está sob a vigência de um decreto de calamidade pública, o que facilita qualquer aquisição. Sequer é preciso fazer licitação. É só escolher, passar no caixa e pagar.

PREPARAI-VOS
O secretário da Educação, Ricardo Lawrenz, tem em sua mesa o protocolo estadual para a reabertura das escolas. Há uma série de exigências, como o distanciamento de 1,5 metro entre alunos da educação básica e ensino superior (2 metros na educação infantil), que agora precisam ser confrontados como o número de alunos matriculados no município e as características das escolas. As primeiras avaliações dão conta de que será possível voltar com 50% da capacidade das escolas. Não será uma tarefa fácil. Há uma série de detalhes que precisam ser observados e, muito provavelmente, adaptados. Mais limpezas nos banheiros, mudanças no uso dos refeitórios e novas linhas de transporte escolar, para ficar só em alguns exemplos. Professores, preparai-vos para o heroísmo.

Por Francis Jonas Limberger
limberger@hotmail.com
WhatsApp: (51) 99888-1830

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