Ivoti: segunda, demora, atestado, consórcio e proximidade

Raul Petry – colunistas@odiario.net

SEGUNDA

Segunda começam as sessões da Câmara de Vereadores de Ivoti. Reina certa expectativa para reinício das atividades depois de 45 dias de folga. Uma folguinha exagerada, graças a uma sugestão de um vereador e prontamente acatada pela presidente da Casa. Foi tudo muito rápido e sem maior debate. Parecia que todos queriam mesmo folgar. Lembram-se que foram realizadas duas sessões ordinárias na mesma noite, para abreviar ainda mais a folga, com o silêncio parcimonioso da assessoria jurídica, que sabia que aquilo era um disparate. Se dá para trabalhar duas noites numa única, dá para fazer o mesmo durante um mês inteiro. Basta realizar quatro sessões numa mesma noite e não se trabalha no restante do mês. Foi isso que fizeram.

DEMORA

Lembrem-se que havia 7 milhões de testes de Covid no aeroporto de Congonhas em São Paulo e que estavam vencendo por falta de uso. Não é que faltem clientes para ser testados. Isso tem demais ainda mais agora neste repique da doença. O problema é a falta de estrutura de um Estado inchado mas que na hora do povo precisar dele se apresenta enxuto e com falta de estrutura para a realização dos testes. Eles até são realizados mas o Estado demora uma semana para apresentar o resultado.

ATESTADO

Quem paga a conta são as empresas, que tem que engolir atestados de até 10 dias para pessoas que estiverem com alguém que deu positivo. O pior é que muitos desses nem sequer tem a Covid. A conta sobra para a empresa que tem que pagar os dias parados para nada. Ou seja, o Estado de novo empurra a conta para as empresas privadas. Enquanto isso as farmácias encontraram uma boa fonte de renda. Quem quiser saber na hora se está ou não com o vírus tem que pagar 200 reais nas farmácias.

CONSÓRCIO

Será que os municípios das respectivas regiões não podiam montar uma estrutura para atender os testes dos próprios municípios e fornecer o resultado dos testes pelo menos no mesmo dia? Se é tão simples nas farmácias e tão rápido o resultado, aposto que bastaria os municípios se consorciarem para os resultados saírem no mesmo dia. Desta maneira não sobrecarregariam as empresas privadas de ter que pagar atestados e mais atestados, sem nem ao menos as pessoas terem o Covid.

PROXIMIDADE

Pelo simples fato de uma pessoa ter convivido com alguém que deu positivo, já dá poder ao médico de fornecer atestado de 10 dias. Não se faz testes nesta pessoa porque não tem sintoma. Mas se dá atestado por 10 dias sem nenhum sintoma. Aqueles que precisam desta pessoa para trabalhar que arquem com as consequências. Não é problema do poder público, as empresas que se lixem. É comum o médico dar atestado para uma pessoa sem sequer ver ela, só pelo fato da pessoa que deu positivo ter dito o seu nome. E os médicos estão amparados em protocolos feitos sob medida para o poder público transferir a responsabilidade para as empresas arcarem com as consequências.