Ivoti: usina, CEAMI, exagero, índios, rios

Raul Petry – [email protected]

USINA

Ivoti já tinha a usina de lixo desde o início da década de 90. Ela foi inaugurada pelo então prefeito de Ivoti, Arnaldo Kney. No entanto, há cerca de 10 anos a usina deixou de existir, porque ficou mais negócio levar os resíduos para fora do município do que manter a usina aqui. A maioria dos municípios fez isso. Isto é negócio para empresas especializadas, que tem pedigree na área e o custo é quase o mesmo. Empresas privadas são mais eficientes que o poder público e se deixa para elas fazer o que elas fazem melhor.

CEAMI

O Ceami é uma outra proposta na área ambiental. Trata-se do Centro de Educação Ambiental do Município. O Ceami completou 10 anos no dia 22 de setembro. O espaço tem que ser valorizado, visto que a preservação ambiental está sempre na ordem do dia. Não podemos agredir a natureza porque dela dependemos para a nossa sobrevivência. Esta consciência passou a estar sempre na ordem do dia. Hoje para derrubar uma árvore é preciso plantar outras.

EXAGERO

De certa forma há até um certo exagero nesta área. Ninguém de sã consciência não tem noção da importância da preservação ambiental. No entanto, aqui no Brasil se exagerou na dose. Para derrubar certas árvores é necessário plantar outras 15 ou até mais. Na Alemanha, por exemplo, você planta outra e pronto. Aí você vai plantar 15 árvores aonde. Mandam você plantar 15 árvores e não dizem aonde. Como se faz? Quem obriga alguém a fazer algo tem que dizer como fazer. A pessoa vai lá e compra 15 mudas de determinada árvore. E se ela não tem terreno para plantar as árvores, como faz? Muitas vezes esta situação é criada e fica o impasse.

ÍNDIOS

Outra situação que se cria com certos exageros é a destinação de terras para os índios. Ninguém tem nada contra, os índios têm que ter seus direitos reconhecidos. Mas aqui no Brasil passaram da conta. Cerca de 12,5% do território brasileiro pertencem aos povos indígenas. A gente não faz ideia do que significa isso. É terra que não acaba mais. Precisaria de tudo isso? Uma vez, o Supremo decidiu que uma imensa área de terras em Roraima pertencia aos índios e os arrozeiros da região foram embora. Hoje está tudo abandonado e os índios, que viviam bem e em parceria com os brancos, passam necessidades.

RIOS

Com relação a poluição, muita coisa mudou. Estamos no início da primavera, estação das flores e que simboliza a preservação ambiental. Os nossos rios hoje estão muito melhores do que há 50 anos. Naquela época o Arroio Feitoria literalmente fedia. Todo o esgoto e resídios dos curtumes eram jogados no rio em estado natural e o Feitoria era um esgoto cloacal de Ivoti em diante. É que aqui se situavam as empresas que mais poluíam: curtumes e a empresa de laticínios. Tudo era jogado no rio sem qualquer tratamento. Hoje a gente se pergunta como isso foi possível. A legislação obrigou a mudança deste estado de coisas e hoje o Feitoria está muito melhor. Só imaginem se no Buraco do Diabo, com milhares de visitantes, o rio continuasse fedendo.