Panela de Pressão

Panela de Pressão: 10 anos ainda é pouco

17/02/2020 - 14h54min

Atualizada em 17/02/2020 - 14h56min

Na sexta-feira a coluna cometeu um erro. Achei que a decisão de Bolsonaro de ampliar a validade da carteira de motorista para 10 anos estava valendo. Ledo engano. O projeto ainda não foi transformado em lei e não se sabe a partir de quando. Cinco anos é o fim da picada e 10 anos ainda é pouco. Na Inglaterra você faz carteira de motorista que tem validade de 40 anos. Aqui no Brasil, no tempo do presidente Figueiredo na década de 80, criaram o Ministério da Desburocratização. O ministro da época, Hélio Beltrão, estendeu a validade da carteira de motorista para 20 anos. Como dava muito acidente, mas não por causa da CNH de 20 anos, resolveram abreviar a validade para apenas 5 anos. O excessivo número de acidentes, pode-se ver agora, era por causa da impunidade e não por causa da CNH de 5 anos. Bastou acabar um pouco com a excessiva impunidade, que o número de acidentes já se reduziu em cerca de 50%. Nosso trânsito já não significa mais uma verdadeira matança. Hoje em dia ninguém mais dirige bêbado. O risco de você acabar na cadeia é grande. No mínimo pode doer muito no bolso. Ainda dá para se arriscar, desde que a pessoa não se envolva em acidente.

PRESSÃO

A população deve começar uma pressão sobre os políticos para que comecem a mudar aquilo que mais dói no bolso das pessoas, tanto ricos quanto pobres. Não podemos continuar pagando uma pequena fortuna para fazer a carteira de motorista e muito apenas para renovar ela se nos países ricos quase não se paga nada, mais ou menos 10% do valor. Quem está nos metendo a mão no bolso é o governo. Assim como deve baixar o preço da gasolina, também tem que baixar urgente o preço para fazer uma carteira de motorista e para renovar ela. Por trás de tudo sempre estão os políticos que estão mais cedendo a pressões dos lobby do que pensando em nós. Em nós eles só pensam na hora do voto.

ESTE MÊS

Aconteceu agora e as famílias devem se deparar com situações parecidas a toda hora. Um funcionário da nossa empresa acabou de receber a sua carteira de motorista. Ele está feliz da vida, porque para tirar uma carteira o cara não tem direito nem de ficar nervoso. E cada vez que roda é mais um custo para o bolso do candidato. Pois bem, ele passou na primeira prova que fez, o que é raro. Com a carteira na mão entregamos um carro para ele, mas não sem um outro motorista ir junto. Eu já sabia por experiência que ele não tinha a menor condição para dirigir sozinho. Resultado: dirigiu a 20 km/hora e sem nenhuma condição de assumir um carro sozinho. Ficamos duas semanas ensinando ele a dirigir. Na verdade, os novos motoristas sabem dirigir, eles não tem confiança de andar sozinhos no trânsito. Uma coisa é estar nas horas práticas ao lado do instrutor e outra é o novo motorista ir para a rua sozinho. Moral da história: o sujeito faz carteira e não adianta nada. Simplesmente não dá para arriscar em dar um carro para ele. A culpa do custo alto para resultado quase zero não é dos Centros. É dos políticos que fazem as leis tabelam valores mínimos, nunca máximos. Ou nos mexemos ou seremos “patos” para toda a vida.

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