Panela de Pressão – 11/09/24

Raul Petry

APARECEU

Pois é, apareceu o dono da empresa que construiu o pórtico na Colônia Japonesa. Ele foi convidado e compareceu na noite de segunda-feira na Câmara de Vereadores. Prá variar só há mocinho nesta história. A favor da Prefeitura o fato dele não ter usado a madeira constante no edital. Ele alegou que a licitação é muito rápida e que não há tempo para olhar certos detalhes. Esta explicação não colou porque ninguém entra numa licitação sem saber o que está comprando. De fato ele usou pinus ao que tudo indica com conhecimento do que estava fazendo. Contra a Prefeitura, o fato dos fiscais da obra terem liberado a construção do pórtico como estando de acordo com o que a Prefeitura comprou. E não estava de acordo porque a madeira pinus está se deteriorando rapidamente. Fosse maçaranduba e tudo estaria certo pois esta última madeira é indicada para esta finalidade. E tem mais, a Prefeitura chegou a pagar uma parcela da obra. Não estivesse de acordo, não poderia ter pago.

VISIBILIDADE

Não fosse ter ganho a visibilidade que o caso recebeu da imprensa e as partes provavelmente teriam se acertado. Agora estão em pé de guerra. Quem fez a primeira denúncia foi o vereador Satoshi. Pelo que se conclui, houve esperteza de um lado e descuido por parte da Prefeitura. Agora a questão vai para os tribunais, pois não há mais como se acertarem amigavelmente. Na noite de segunda, quem se manifestou primeiro foi o pessoal da Prefeitura. Quando chegou a vez do construtor, não ficou ninguém para assistir o que ele tinha para dizer. Foram todos embora.

ARRECADAÇÃO

Muita gente fica perguntando donde surgiram de uma hora para outra tantas obras pela cidade. A explicação é mais simples do que se imagina. Aliás, uma delas. Acontece que o prefeito abriu a mão só agora na véspera da eleição. Por ser um notório pão-duro, o que explica a repentina abertura do cofre. Fico me perguntando porque o volume de obras não é sempre assim. É bem assim nos países ricos. Lá eles só não fazem mais obras porque não tem mais que fazer em termos de infraestrutura. Aqui temos tudo por fazer. Na verdade não tem mistério. O prefeito tem muito pouca margem de manobra para administrar o município. Ele tem literalmente só 10 a 15% da arrecadação para gastar. Os outros 85 a 90% estão comprometidos com salários e o custeio da máquina seja o prefeito que for.

SEGREDO

O segredo da atual administração é muito simples e não precisa ser mágico para tentar entender. A arrecadação aumentou muito. O povo brasileiro não aguenta mais pagar tanto imposto e 15% cai nos cofres da Prefeitura. Isso é dinheiro que não acaba mais. Não foi feito nenhuma mágica, é muito simples, os prefeitos hoje tem em mãos um cofre mais cheio do que há 8 anos.