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Panela de Pressão – 19/09/24

19/09/2024 - 05h00min

Atualizada em 19/09/2024 - 08h53min

Raul Petry

ROUBO

Ontem escrevi sobre as finanças municipais, e o mesmo, ou pior ainda, dá para escrever sobre as finanças dos estados e da União. Estatais dá para botar no mesmo saco. Cada vez mais pessoas passam a ser adeptas do estado mínimo. Oficialmente, são chamadas de libertários. Estas pessoas acreditam que o melhor para uma sociedade seria viver sem a presença do Estado, nele compreendidas todas as esferas de governo, inclusive as municipais. Na Alemanha, 70% da arrecadação sobra para investimentos. No Brasil, sobram 10%. O resto se perde no meio da burocracia, empreguismo e roubalheira. Estou tocando neste assunto porque estamos diante de um fenômeno midiático, que é o candidato a prefeito em São Paulo, Pablo Marçal. Ele é fenômeno por vários motivos. Um deles é porque põe o dedo na ferida. Por exemplo, disse num debate que 50% do dinheiro que o Estado toma do povo em forma de impostos, não volta nunca mais para o seu dono, que é o próprio povo. Os libertários consideram o imposto um confisco, os impostos literalmente são produto de roubo por parte do Estado. Você trabalha, gera riquezas, produz e lá vem o Estado e te obriga a pagar o quanto o próprio Estado determina. No Brasil trabalhamos de janeiro a fins de maio só para pagar impostos. A partir de junho para o nosso próprio bolso.

TRILHÕES

Segundo o Impostômetro de São Paulo, a arrecadação só neste ano já chega a 2,55 trilhões. Aí dá uma enchente em Nova Roma do Sul e o governador Eduardo Leite promete reconstruir a ponte que liga o município a Farroupilha por 26 milhões e num prazo indefinido. O povo fez coletas, rifas, festas em prol da ponte e arrecadaram 7 milhões. A ponte foi reconstruída pela população em 139 dias e sobrou 1 milhão. Agora em Nova Petrópolis, o Rio Caí levou junto a ponte que liga o município a Caxias do Sul. O governo não deu sinal de vida. Mesmo com todo dinheiro que tira da sociedade. Lá foi de novo o povo para resolver o problema. Uma entidade que não tem nada a ver com o governo construiu uma ponte provisória em três semanas. Durante a enchente mesmo, empresários de Caxias reconstruíram metade da pista da BR-116 levada pelas águas. Levaram três dias.

POBRES

As Prefeituras só ficam com 15% dos impostos confiscados do povo. Lembrem, na Alemanha são 70%. Mesmo assim, todos os municípios se beneficiam com o aumento dos impostos tomados da população. Em 8 anos deve ter dobrado o caixa da Prefeitura. A cidade está virada num canteiro de obras. Isso com apenas 15% de sobras. As Prefeituras também gastam para se manter e cometem erros mas muitos deles respeitando a legislação superior que manda gastar o que não precisam.

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