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Panela de Pressão – 20/05/24

20/05/2024 - 06h00min

Raul Petry

SOLIDARIEDADE

Quando a gente vê a população de anônimos dar as demonstrações de solidariedade, a primeira coisa que vem à cabeça é um profundo sentimento de ressentimento com o governo. Se o governo é pago para isso, como é possível que uma população de anônimos muitas vezes tome a frente e presta muito mais solidariedade do que o próprio governo. Uma explicação é de que o ser humano, na sua esmagadora maioria, tem bons sentimentos e sempre pensa em ajudar o próximo. Quando estas pessoas passar a viver do salário que vem do governo, muitas vezes o sentimento passa a ser outro. Quando isto acontece não se precisa mais lutar para ganhar a vida, pois a vida está ganha. E tudo aquilo que se ganha de graça, não se valoriza. Por isto, se você comparar a ajuda e solidariedade da população em geral, incluindo empregados e empregadores, não importando qual a classe social, a solidariedade é a mesma. Estas pessoas têm uma gratidão especial pelo próximo, pois um não vive do outro. Com o serviço público o sentimento não é bem assim. Quando se conquista um posto de trabalho no governo, o nosso próximo já não passa a importar tanto. Um dos nomes disse se chama estabilidade no emprego. Prova disso é que os que não tem estabilidade no emprego público se esforçam muito mais do que os demais.

REGRA GERAL

Por isso esta não é a regra, porque sempre há as exceções. Só de Ivoti e municípios vizinhos, saíram caravanas de voluntários para ajudar na limpeza de municípios atingidos como Caí, Vale do Taquari, etc. Estes gestos chegam a comover e despertam a atenção do país inteiro. De novo, a grande maioria, são civis que arregaçam as mangas e ajudam. Muitos empresários e pessoas que são ricas estão na parada. O que não se viu até agora foi a participação de algum partido. Esperava-se que os partidos pudessem fazer a partilha dos 5 bilhões que receberão para gastar nas eleições, mas até agora não houve um único gesto neste sentido. Mesmo políticos como deputados e senadores, não tenho notícia de ninguém que doou, por exemplo, o salário de um mês da Câmara Federal ou do Senado. O máximo que fazem e aparecer em imagens destinando verbas para as vítimas da enchente. Mas é dinheiro público, não deles. Por estas e por outras as pessoas e empresas cada vez mais se convencem que não precisam gastar trilhões por ano para sustentar uma máquina pública que é voltada para si mesma. O impostômetro de São Paulo ontem às 14 horas marcava exatamente R$ 1,409 trilhão de arrecadação até aquele momento.

10 SEGUNDAS

Gente, a cada 10 SEGUNDOS, o governo arrecada 1 milhão de reais. Por dia são R$ 8.640.000.000,00 (8 bilhões e seiscentos e quarenta milhões) todos os dias.

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