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Panela de Pressão – 25/10/24

25/10/2024 - 06h00min

Atualizada em 25/10/2024 - 09h24min

Raul Petry

BOM JARDIM

A Bom Jardim Calçados completou 50 anos neste mês. É a loja de calçados mais antiga de Ivoti.

EXPLANAÇÃO

Na semana passada uma funcionária da Secretaria da Fazenda foi fazer a explanação do 2⁠º quadrimestre do ano. A cada quadrimestre o Executivo tem que prestar contas para a Câmara Municipal. O problema é que os vereadores não ligam muito para os números do município. Geralmente a palestrante vai fica falando para as paredes.

ACIMA

Um dos números que ela apresentou foram os gastos com a educação, que foi de 32,19%. Os gastos obrigatórios com a educação são de 25%. Ivoti chegou a 32,19%. Quase todos os municípios gastam mais de 25%. A legislação que veio de cima, das outras esferas de governo, obrigam os municípios a gastar mais. Inventam um monte de baboseira e que tem que ser cumprido. Daí os gastos passam de 30% de tudo que o município arrecada. Com relação a saúde é mais ou menos a mesma coisa. O gasto obrigatório é de 15%. No entanto, Ivoti gastou 20,56% com a saúde nos dois primeiros quadrimestres. Vai fechar o ano mais ou menos no mesmo percentual.

+ DE 50%

Portanto, a Prefeitura gastou mais de 50% só com a educação e a saúde. Olhando de longe, mesmo reconhecendo a prioridade para a educação e a saúde, é muito dinheiro. Na verdade, acontece o seguinte: quanto mais aumenta a arrecadação, mais os gastos do município aumentam. Esta tese já foi defendida e provada em curso de doutorado em economia. Os entes federados aumentaram a receita em 50% em 4 anos e as despesas do município também aumentaram 50%. Os políticos não podem ver dinheiro que eles dão um jeito e gastam tudo sem acréscimo de retorno.

SUSTO

Tem muito prefeito que vai levar um susto quando se deparar com os números da arrecadação x despesa. Eles não tem ideia que o dinheiro limpo que sobra é muito pouco e não passa de 10 a 15% da arrecadação. Por exemplo, segundo os números do segundo quadrimestre, a Prefeitura está gastando 42% da arrecadação com a folha de pagamento. O máximo estabelecido por lei é 54%. No fundo, no fundo, vai a 70%. Nestes 42% não estão computados os recolhimentos para o Fundo de Aposentadoria, nem vale-alimentação e um sem número de custos que estão relacionados com a folha de pagamento mas não jogados para outras contas. Se fosse computado tudo a folha chegaria a 70% da receita no mínimo. Soma aos 70% mais 20% de custeio da máquina pública e chegamos a perto de 90%. O que sobra vai para obras, ou seja, quase nada. Menos mal que esta é a média das Prefeituras. E a nossa Câmara de Vereadores continua sendo uma das mais econômicas.

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