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Que tal voltarmos ao voto de papel em 2024 para ser mais rápido?

18/11/2020 - 09h06min

Por

Mauri Marcelo Toni Dandel

‘VAI PEDIR PRO JERRI’

Repercute na cidade uma postagem no Facebook que finaliza assim: “quando precisarem do meu pai e minha mãe que liguem pro Jerri”. Não vamos citar a autoria aqui, mas se a pessoa quiser, o espaço está a disposição. Gratuito.

Não citamos isso para criticar. Nem para elogiar. Apenas para dizer que, com certeza, muitos não eleitos estavam com vontade, ali no domingo a noite ou na segunda, de falar a mesma coisa. Muitos se sentem traídos, porque nenhum eleitor chega e diz: “não vou votar em ti”. É natural todo eleitor prometer voto, mas depois, como prometeu para dez, mas só tem um voto…

O problema é que o candidato não tem detector de mentiras e, por isso, muitos acabam se iludindo. Mas a gente que está na rua, sabia do resultado com antecedência. Ainda estou analisando, mas talvez torne pública minha lista de previsão dos eleitos. Dos cinco candidatos a prefeito, acertei a ordem de colocação de todos, mas acertei o percentual de três, o que não era difícil, convenhamos…

Enfim, me solidarizo aos candidatos que se sentiram enganados. Certamente suaram a testa caminhando por aí, ouviram de tudo, se estressaram, passaram dois meses fazendo o que não gostariam (duvido que alguém goste de caminhar de porta em porta) para tentar colher uns votos. Mas depois veio a decepção.

– Mas sabe de uma coisa? Poderia ser pior. Vocês foram enganados – ou se deixaram enganar – uma única vez. Olha este candidato abaixo…

– Um candidato a vereador de Minas recebeu, ao longo de domingo, umas 500 mensagens de eleitores desejando boa sorte e dizendo “vou votar em você”. Mal terminou a apuração, recebeu mais 500 mensagens dizendo “que pena que não se elegeu, mas votei em você”. Resultado: fez 88 votos. Eis o brasileiro! Eis o ser humano!

– Ah, mais um detalhe importante: o tal candidato tem 300 mil seguidores no Insta. Rede social, por si só, elege alguém?

– Fica o aprendizado de não acreditar em tudo o que se “ouve” e nem em tudo que “houve”. Esta é a mensagem positiva do dia: questionar, perguntar e não criar expectativa, afinal, tudo é aprendizado.

VOTO NO PAPEL

O resultado da apuração para vereador saiu depois das 23 horas em Dois Irmãos. Foi uma demora e tanto. Há quatro anos, até capitais com milhões de votos já conheciam seus prefeitos e vereadores antes das 20h. Neste ano, o site do TSE trancou. Enfim, quem sabe, em 2024 a gente volte às cédulas de papel que vai ser mais rápido. Já pensou? E a gente rindo dos americanos que levaram três dias para terminar a apuração de votos por lá.

ESCRUTÍNIO

Certamente a nova geração leitora desta coluna nem saiba o que significa escrutínio. Talvez seja a primeira vez que esteja lendo ou ouvindo esta palavra. Quando converso com os políticos de antigamente todos contam saudosistas como era o escrutínio ou, no popular, “escurtínio” (falamos errado mesmo). Havia mesas e mais mesas nas sociedades e centenas de voluntários contando votos. Os votos eram em papel. E o nome do vereador tinha que escrever. Aí imagina os eleitores com “letra de médico das antigas” quem é que decifrava. Ah, antes que esqueça: escrutínio, no Dicionário Aurélio, significa “exame minucioso”, que nada mais é do que, cédula a cédula, fazer a apuração de votos.

TEM FOTO?

– Aliás, quem tiver foto do escrutínio em Dois Irmãos, ou do Morro ou do Herval, envia para o nosso Whats?

 

 

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