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Que tal voltarmos ao voto de papel em 2024 para ser mais rápido?
Por
Mauri Marcelo Toni Dandel
‘VAI PEDIR PRO JERRI’
Repercute na cidade uma postagem no Facebook que finaliza assim: “quando precisarem do meu pai e minha mãe que liguem pro Jerri”. Não vamos citar a autoria aqui, mas se a pessoa quiser, o espaço está a disposição. Gratuito.
Não citamos isso para criticar. Nem para elogiar. Apenas para dizer que, com certeza, muitos não eleitos estavam com vontade, ali no domingo a noite ou na segunda, de falar a mesma coisa. Muitos se sentem traídos, porque nenhum eleitor chega e diz: “não vou votar em ti”. É natural todo eleitor prometer voto, mas depois, como prometeu para dez, mas só tem um voto…
O problema é que o candidato não tem detector de mentiras e, por isso, muitos acabam se iludindo. Mas a gente que está na rua, sabia do resultado com antecedência. Ainda estou analisando, mas talvez torne pública minha lista de previsão dos eleitos. Dos cinco candidatos a prefeito, acertei a ordem de colocação de todos, mas acertei o percentual de três, o que não era difícil, convenhamos…
Enfim, me solidarizo aos candidatos que se sentiram enganados. Certamente suaram a testa caminhando por aí, ouviram de tudo, se estressaram, passaram dois meses fazendo o que não gostariam (duvido que alguém goste de caminhar de porta em porta) para tentar colher uns votos. Mas depois veio a decepção.
– Mas sabe de uma coisa? Poderia ser pior. Vocês foram enganados – ou se deixaram enganar – uma única vez. Olha este candidato abaixo…
– Um candidato a vereador de Minas recebeu, ao longo de domingo, umas 500 mensagens de eleitores desejando boa sorte e dizendo “vou votar em você”. Mal terminou a apuração, recebeu mais 500 mensagens dizendo “que pena que não se elegeu, mas votei em você”. Resultado: fez 88 votos. Eis o brasileiro! Eis o ser humano!
– Ah, mais um detalhe importante: o tal candidato tem 300 mil seguidores no Insta. Rede social, por si só, elege alguém?
– Fica o aprendizado de não acreditar em tudo o que se “ouve” e nem em tudo que “houve”. Esta é a mensagem positiva do dia: questionar, perguntar e não criar expectativa, afinal, tudo é aprendizado.
VOTO NO PAPEL
O resultado da apuração para vereador saiu depois das 23 horas em Dois Irmãos. Foi uma demora e tanto. Há quatro anos, até capitais com milhões de votos já conheciam seus prefeitos e vereadores antes das 20h. Neste ano, o site do TSE trancou. Enfim, quem sabe, em 2024 a gente volte às cédulas de papel que vai ser mais rápido. Já pensou? E a gente rindo dos americanos que levaram três dias para terminar a apuração de votos por lá.
ESCRUTÍNIO
Certamente a nova geração leitora desta coluna nem saiba o que significa escrutínio. Talvez seja a primeira vez que esteja lendo ou ouvindo esta palavra. Quando converso com os políticos de antigamente todos contam saudosistas como era o escrutínio ou, no popular, “escurtínio” (falamos errado mesmo). Havia mesas e mais mesas nas sociedades e centenas de voluntários contando votos. Os votos eram em papel. E o nome do vereador tinha que escrever. Aí imagina os eleitores com “letra de médico das antigas” quem é que decifrava. Ah, antes que esqueça: escrutínio, no Dicionário Aurélio, significa “exame minucioso”, que nada mais é do que, cédula a cédula, fazer a apuração de votos.
TEM FOTO?
– Aliás, quem tiver foto do escrutínio em Dois Irmãos, ou do Morro ou do Herval, envia para o nosso Whats?