E esse empréstimo?

Entre queixas sobre o frio e suspiros pela beleza do desfile, ontem de tarde o assunto preferido dos nova-petropolitanos na Praça das Flores era previsível:
– E esse empréstimo de 14 milhões? Será que os vereadores vão aprovar?
E o cidadão ao lado:
– Pois é… Tá feia a coisa…

MOBILIZAÇÃO

O governo contabiliza seis votos: os dois do PP, os dois do PDT e mais os de Ceará e Daniel. O placar prévio indica aprovação na noite de hoje. O sexteto tem o poder de definir a parada. Mas para tanto, terá que enfrentar muita resistência. Acompanhando o Facebook e alguns grupos de WhatsApp no fim de semana eu fiquei impressionado com o tamanho da mobilização que se promete na sessão de hoje à noite. Se tudo for confirmado, os vereadores que se preparem, inclusive os da oposição, em quem boa parte da comunidade está depositando suas esperanças.

O MÍNIMO

O mínimo para os vereadores na noite de hoje é pedir o adiamento da votação. Aí cada vereador dirá se quer assumir uma dívida para o município na marra, empurrando-a goela abaixo dos contribuintes, ou mediante o salutar debate de ideias.

FILME REPETIDO

Em 2016, logo após a eleição, a Prefeitura tentou aumentar o IPTU em 40% mediante decreto. Se deu mal. No final de 2018, quando precisava mais dinheiro para a insalubridade do funcionalismo, a Prefeitura tentou aumentar o ITBI entre 50% e 100%. Perdeu de novo. O atual projeto de financiamento segue um roteiro muito parecido e se por um acaso acabar rejeitado, será também por esse motivo. Uma condução com bastante falhas. Que resultados um governo espera quando é o texto burocrático de um projeto de lei que informa a população sobre a intenção de emprestar R$ 14 milhões? É este o canal de comunicação entre o governo e a população? Aí tenta aprovar na maior pressa. O resultado na opinião pública só pode ser a desconfiança. Para piorar ainda mais, deixa faltar informações básicas sobre o que será feito com o dinheiro emprestado. E isso que eu nem falei do fato que estamos indo para um ano eleitoral e do peso das parcelas que o município terá que pagar na próxima década, da qual a metade será composta por juros. Vai somando tudo aí…

A HORA DA VERDADE

Dias atrás comentei aqui sobre uma lei municipal inócua. Ela diz que existe uma multa para quem coloca lixo na rua fora dos turnos de coleta. Por que eu acho isso? Porque essa é uma prática generalizada e não se tem notícia de que alguém foi multado. Pois bem. Neste fim de semana apareceu o exemplo perfeito para se tirar a prova. Em pleno período de festival, alguns sacos de lixo foram deixados na sexta-feira, dia 2, perto de uma das portas Prefeitura. Não há como ter certeza, mas eu desconfio que tenha sido alguém do Banco do Brasil. Os sacos eram transparentes e dava para ver que dentro havia muitos papéis com a marca do banco. Tirei algumas fotos para garantir. No domingo alguém tratou de recolher os sacos. Não foi o fim do mundo, mas se existe o interesse em resolver o problema relacionado à colocação inadequada do lixo na rua, este é um caso exemplar, que deve ser tratado como uma boa oportunidade. Mas a pergunta que não quer calar é: será que o Banco do Brasil vai ser multado?