Coluna Nova Petrópolis

E se Nova Petrópolis recebesse famílias de venezuelanos?

30/08/2018 - 11h00min

Atualizada em 30/08/2018 - 11h24min

Passamos anos vendo crises humanitárias na Europa. Refugiados do Oriente Médio e da África procurando países mais desenvolvidos e mais seguros. Agora o Brasil está na mesma. Não é só Roraima. É o País. O Brasil é formado por migrantes de várias partes do mundo e isso influenciou as nossas leis. Elas dizem que não se fecha a fronteira para estrangeiros pedindo ajuda. Os venezuelanos precisam ser aceitos, seja pela lei, seja pela postura humanitária da maioria de nós. Por outro lado, não dá para agir como se nada estivesse acontecendo e achar que os estrangeiros vão chegar aqui e se virar sozinhos. Precisa haver acompanhamento próximo das nossas autoridades, principalmente do ponto de vista da saúde.

BEM-VINDOS

Na minha opinião os venezuelanos são bem-vindos. São pessoas que agregarão. Para se ter uma ideia, das famílias que se estabelecerão em Canoas e Sapucaia do Sul, quase todos os adultos têm Ensino Médio. Muitos têm Ensino Superior e pasmem: tem até um juiz de Direito no grupo.

SÓ UMA SUPOSIÇÃO

Por enquanto a interiorização dos venezuelanos está envolvendo cidades maiores, como Canoas. Mas se continuar assim, poderá chegar a vez dos municípios menores. E se Nova Petrópolis fosse escolhida para receber um grupo de famílias, você seria favorável ou contrário? Claro, “um grupo de famílias” significa um número apropriado na comparação com a nossa população. Eu seria favorável.

E A NOSSA CRISE?

O principal argumento de quem é contra a chegada de venezuelanos é a nossa própria crise. Temos desemprego! Mas também temos pessoas que não querem trabalhar. As estatísticas mostram que existem pessoas procurando emprego há mais de quatro anos. Tirem suas próprias conclusões.

SEM COMPARAÇÕES

Acho um exagero comparar a situação atual dos venezuelanos com os alemães que aqui chegaram há quase dois séculos. Os alemães foram incentivados pelo Império, que queria colonizar o Sul do Brasil. É verdade que muitos estavam em situação difícil e aproveitaram a oportunidade para fugir. Mas quando chegaram aqui, perceberam que haviam sido vítimas de várias promessas falsas. Por tudo isso, é delicado fazer comparações com os venezuelanos de hoje.

EXTREMA ESQUERDA

Quem insiste em comparar alemães do século 19 e venezuelanos do século 21 é a extrema esquerda brasileira. São os mesmos que até pouco tempo aplaudiam Nicolás Maduro e seu antecessor, Hugo Chávez. Dois ditadores que são os culpados pelo horroroso desastre que se vê na Venezuela. Um juiz de Direito que prefere trocar sua casa por um barraco de beira de estrada é um exemplo que fala por si. Em Maracaibo teve uma multidão fazendo fila para comprar carne apodrecida. Quando a isso, os chavistas brasileiros agora estão calados. Agora o único problema é a “intolerância da elite brasileira”. A culpa sempre é dos outros.

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