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É só seguir os bons exemplos

27/11/2018 - 11h00min

Tem quem aponte dentre todos os problemas do Brasil, um dos maiores, o corporativismo, quando categorias ou grupos de interesse se juntam para defender interesses comuns, justos ou injustos. E o corporativismo se manifesta em todas as áreas. No serviço público é mais forte, mas também existe entre grupos de empresas, no setor de serviços, em toda parte. É mais conhecido no serviço público, onde o corporativismo chega a ser corrosivo e praticamente quebrou o setor público, sempre com o beneplácito dos políticos da velha política. Nas últimas eleições, o povo deu o recado. Tem que mudar.

FAMURS

A Famurs é a Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul. Ou seja, ela congrega os municípios gaúchos, dos quais defende os interesses. Espera-se que uma entidade deste porte que, acima de tudo, defenda os interesses dos gaúchos, independente de qual município eles residam. Espera-se da Famurs que coloque os interesses do Rio Grande do Sul acima dos interesses dos municípios. Mas o que fez a Famurs na semana passada não se justifica.

CONTRA A CORRENTEZA

Está em discussão a renovação do aumento do ICMS promovido desastradamente pelo governo Sartori e que só prejudicou ainda mais a economia do Estado. Vale lembrar que em 2015 Sartori apelou para o aumento do imposto de 25% sobre gasolina, luz e comunicações, os três setores que os gaúchos mais necessitam e não tem como não consumir. O aumento foi de 25 para 30%. Além disso, aumentou de 17 para 18% o percentual do ICMS sobre tudo que circula neste Estado. Foi uma paulada e tanto. O imposto era para ser transitório e terminaria no dia 31 de dezembro de 2018.

VELHA HISTÓRIA

Como todos nós estamos carecas de saber, uma vez instituído, o imposto geralmente se perpetua no tempo. Tem sido assim ao longo dos últimos 30 anos. Ele é danoso para a economia do Estado. Na divisa com Santa Catarina, as pessoas vão abastecer no Estado vizinho, onde o custo é muito mais barato porque o imposto é menor. Empresas deixam o Estado para se transferir para Santa Catarina, onde o ICMS é mais baixo. O pior de tudo é que os R$ 2 bilhões arrecadados a mais foram jogados para pagar salários de funcionários e não contribuíram em nada para tirar o Estado do buraco.

URNAS

Agora, em vez de se extinguir o imposto automaticamente, quando se fala em todo o Brasil da necessidade de baixar impostos, lá vem a Famurs dizer que é a favor da manutenção do imposto. O motivo: pesquisa feita com os 497 municípios gaúchos deu 84% dos prefeitos a favor da manutenção. É o corporativismo, a nível municipal, se manifestando. Não importa o mal que faz para a economia, não importa o fato do aumento não resolver o problema de um Estado falido, em vez de mandar os municípios sanear suas finanças em vez de querer mais imposto, a Famurs se coloca contra a população. O sinal que veio das urnas de nada adiantou na esfera da Famurs. Quando esta gente vai se dar conta que a velha política, dos conchavos, da sanha arrecadadora, da falta de saneamento das finanças municipais, vai chegar na Famurs. São José do Hortêncio tem R$ 8 milhões em caixa e certamente não precisa do aumento do imposto. É só seguir os bons exemplos para mudar o Brasil. Está na hora.

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