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É uma massaroca só

22/06/2018 - 11h00min

O episódio da troca de calçadas no Centro de Ivoti dá bem uma medida do que é hoje o Brasil. Temos três esferas de governo que se misturam numa só. A sede de uma é na Prefeitura de Ivoti. A sede da segunda é no Palácio Piratini em Porto Alegre. E a sede da terceira fica em Brasília, a 2 mil quilômetros daqui. Na hora de fazer a obra as três esferas se metem no meio. A Prefeitura faz o projeto e licita a obras. A Caixa Econômica Federal, repassadora do dinheiro que é federal, tem a sua participação. E o governo do Estado, na verdade, entra muito pouco ou nada. São duas esferas de governo. A Prefeitura com o projeto e a licitação fica nisso. Quem tem que executar a obra são as empresas que se candidataram e ganha a melhor proposta. No caso do Centro de Ivoti as três primeiras correram. Passa tanto tempo entre a licitação e o início da obra que tudo muda neste meio tempo. A quarta empresa foi chamada para fazer a obra. Na verdade, o restante da obra, porque duas quadras foram feitas nos 8 anos anteriores. Maria fez uma e Arnaldo a outra quadra. Sobrou 70% da obra. A empresa que faz a obra ganha de tempos em tempos depois que os fiscais da Caixa fazem a medição do percentual da obra feito. E este percentual é pago. Quem são os fiscais da Caixa? Não se sabe nem donde vêm. Quando a Prefeitura fiscaliza já é um jogo jogado muitas vezes. Imagina fiscais vindos de outros lugares.

PICUINHAS

Aqui houve picuinhas dos dois prefeitos que se sucederam no poder. O que um começava o outro não terminava. A população de Ivoti que se lixe. É assim que pensa o nosso político da velha política. Eles não pensam no povo que representam, Eles acham que, uma vez eleitos, são os donos da cidade. A população tem culpa porque não cobra. Em vez de cobrar faz piada. A quarta empresa que executou a obra foi de doer, mas fez a parte dela. Quando ninguém imaginava quais seriam os próximos passos, aparece uma outra turma para plantar árvores. Abrem buracos no novo passeio público para plantar árvores. Quando tudo parecia que estava perto da conclusão da obra, aparece uma terceira turma para fazer a sinalização do trecho. A toque de caixa, fizeram umas lambanças sem tamanho. Botaram placa de 15 minutos para farmácia onde não tinha farmácia. Tem mais placas permitindo e proibindo o estacionamento de motos do que de carros.

ABRIGOS DE ÔNIBUS

O que ninguém sabia é que houve mudanças nas paradas de ônibus. O máximo que a Prefeitura fez foi colocar no seu site notícias sobre as mudanças na noite anterior. O que aconteceu. Os ônibus não sabiam que as paradas de ônibus haviam mudado e os passageiros muito menos. Na frente do Diário, quando os ônibus chegavam para estacionar eram surpreendidos com carros estacionados. O abrigo tinha sumido e no lugar da faixa amarela havia uma branca. Para não se fazerem de rogados largavam os passageiros ali mesmo estacionando os ônibus no meio da rua. Voltando à sexta-feira, as placas de sinalização foram tão mal feitas e o secretário de Obras se obrigou a tapar o que mandavam fazer. Nas duas últimas semanas foi uma confusão só e ninguém se entendeu. Uma obra que leva 15 anos para fazer, quando é concluída, provoca este tipo de situação. Este é o Brasil da coisa pública. Infelizmente uma massaroca só.

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