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Em Ivoti nunca tivemos um estadista de verdade

12/11/2019 - 10h51min

Na Schmierfest realizada no último fim de semana em Presidente Lucena reencontrei um homem que para mim foi o único prefeito até hoje que merece ser chamado de estadista. Há uma diferença muito grande entre ser um mero prefeito e ser estadista. Este último é aquilo que se preocupa com o futuro do seu município e não apenas com o dia de amanhã. Os demais todos foram relativamente bons prefeitos, mas nenhum deles merece o adjetivo de estadista com exceção de Nilo Hansen. Ele esteve lá na abertura da Schmierfest. O município de Presidente Lucena deve a ele aquele lugar espetacular que sediou a festa. Todos daqui de Ivoti que encontrei lá elogiaram o lugar e lamentaram que Ivoti não tivesse um parque como aquele. Todos ficaram literalmente de boca aberta. A pronta resposta que dei e concordaram comigo depois de um breve comentário foi de que em Ivoti nunca tivemos um estadista de verdade. Nossos prefeitos foram bons, cumpriram a sua missão. No entanto, não a ponto de merecerem o adjetivo de estadistas. O próprio Nilo Hansen foi vice-prefeito de Ivoti quando Presidente Lucena foi emancipada.

55 ANOS

Como é possível que em 55 anos ninguém teve a ideia de desapropriar uma área que servisse de palco para nossos eventos.
Eventos como o kerb podem ser realizados no meio da rua. Isto acontece no mundo inteiro. Vi com meus próprios olhos na Alemanha a realização de eventos no centro de cidades de médio porte. A rua é para isto também. Trata-se de um espaço público que pode se prestar para eventos num ou noutro fim de semana. Mas ter um espaço enorme como o da Schmierfest é outro departamento. Hoje podíamos ter um espaço nobre como o ginásio municipal e seu entorno para a realização de eventos. Já cansei de escrever aqui neste espaço que dá vontade de chorar cada vez que nos lembramos do entorno do ginásio que na década de 90 e na primeira década de 2000 estava à venda. Tanto o local onde era o campo do Gaúcho quanto a quadra que fica nos fundos do ginásio. Tinha uns dois terrenos no outro lado do ginásio na Regis Bittencourt que também podiam ser desapropriados. Falou-se com o prefeito, com o vice da época, com os vereadores e ninguém ligou o mínimo. O Instituto de Educação, dono da quadra nos fundos do ginásio chegou a oferecer a área para a Prefeitura. Podia ser pago em prestação. Naquele momento faltou um estadista em Ivoti. Ele podia ser o prefeito ou o vice. Ou mesmo qualquer dos 9 vereadores da época. Entre eles haviam pessoas de bem, mas nenhum estadista, que podia ter legado para a posteridade um patrimônio que a Prefeitura e o povo hoje não tem. O povo de Presidente Lucena tem.

VISÃO

Na primeira legislatura como prefeito de Presidente Lucena, Nilo Hansen comprou a área de 8 hectares onde hoje fica a Prefeitura, Câmara, Posto de Saúde, Creche e o lindo parque onde foi realizada a Schmierfest. Teve que negociar com vários proprietários. Se não me engano alguns até deram de graça. “Se não compro agora compramos nunca mais”, disse. Quando asfaltaram a rua Presidente Lucena a largura era de 9 metros de Ivoti a Picada Café. A Prefeitura pagou na época 470 mil reais para alargar para 12 metros. “Se não fizermos agora nunca mais”, repetiu. Este foi um prefeito de visão de futuro. Só por estas duas iniciativas deveria ser homenageado muito mais do que já foi.

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