Colunistas
Enquanto houver privilégos precisamos muito dos motoristas
Ivoti comemorou no domingo com carreata de centenas de veículos como acontece em todos os anos a passagem do dia do motorista. A data coincide com o dia do colono, o 25 de julho. No entanto, como no fim de semana passado foi comemorada a passagem do dia do colono com desfile, o dia do motorista é comemorado um domingo depois. Até a uns anos atrás o dia do motorista era comemorado em parceria entre o S.C.Ivoti e a Comunidade Católica até que o Ivoti abriu mão da parceria e a passagem ficou apenas para a Comunidade Católica. Ao meio dia teve almoço no ginásio da comunidade e a festa se estendeu até a noite de domingo.
SIGNIFICADO
O dia do motorista nos últimos anos passou a ter um outro significado. Todo mundo vê no motorista uma profissão importante que movimenta a economia. Sem motorista não teríamos como nos deslocar. No entanto, descobrimos em duas oportunidades que sem o motorista o Brasil para. O furo é bem mais embaixo. Daí o simbologismo desta data tão especial e que é comemorada quase em todos os municípios do Brasil. O motorista é tão importante que, se ele quer, a economia fica estrangulada e o país para. Não que alguém queira isso. Mas a sociedade tem que ter um mecanismo de defesa contra a opressão dos governos. A paralisação de 2013, que foi puxada pelo povo, assustou pela primeira vez os governos e os políticos como um todo. Depois o povo fez um presidente da República cair. Não fosse o povo ir para a rua e talvez nada teria acontecido. Só num domingo foram 3,6 milhões de pessoas para a rua em todo o país. E, por fim, a paralisação de maio.
PRÁ VALER
A paralisação de maio, a dos motoristas, no entanto, foi para valer. As duas anteriores tiveram a sua importância, mas quando as mercadorias param de circular todo mundo tem prejuízo. Os caminhoneiros só foram ao extremo porque não aguentavam mais a opressão e trabalhar com prejuízo. O preço dos combustíveis foi para as nuvens e os governantes cruzaram os braços até que os caminhoneiros encostaram os caminhões. Durante aquela paralisação de maio os políticos sumiram. No auge da paralisação nenhum deles teve coragem de mostrar a cara. Muita gente teve prejuízo com a paralisação, digamos o Brasil inteiro, mas o povo, mesmo assim, apoiou a paralisação. Ela foi pra valer e um aviso para os nossos governantes.
CONSEQUÊNCIAS
A gente sabe que a paralisação em si não resolveu a vida de ninguém. Mas só o aviso que os governos tiveram de que não podem mais brincar com o povo foi a coisa mais importante da paralisação. A gente também sabe que precisa mudar muita coisa para nossa vida melhorar um pouco. Os impostos precisam ser tirados de cima dos produtos essenciais como gasolina, luz e telefone para início de conversa. Mas para tanto, tem que ser quebrada a atual ordem institucional. O direito adquirido precisa ser encarado como direito a privilégios e vir abaixo. A estabilidade no serviço público tem que acabar. Todos os brasileiros têm que ter o mesmo regime de previdência.
Daqui a um pouco mais de 2 meses teremos eleições e já se sabe que não vai mudar muita coisa nos próximos quatro anos. Só vai mudar quando o Brasil público quebrar. Quando eles não tiveram mais dinheiro vão ter que voltar a realidade de todos nós. A partir daí o Brasil será somente um só. Enquanto houver privilégios precisamos muito dos motoristas.