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Coluna Dois Irmãos

Entenda porque é difícil o Kerb ser retirado do Centro em Dois Irmãos

30/10/2019 - 11h00min

Atualizada em 30/10/2019 - 14h17min

Foi bem importante a audiência ocorrida na Câmara acerca do Kerb de São Miguel. Independente do debate e das opiniões diversas, de uma coisa você pode estar certo: o Kerb jamais sairá do Centro. Não queremos discutir se é melhor a festa estar no Centro ou em um parque de festas, como Igrejinha, Blumenau, Picada Café e tantos outros municípios. O que ocorre é o seguinte: para a festa mudar de lugar, não precisa apenas o clamor do povo, pois este sempre vai estar dividido, ora para um lado, ora para outro, e, mesmo que se tenha quase um consenso, se tiver 90% contra 10%, mesmo assim, dificilmente a festa mudará de local. Sabe por quê?

CANETA

Não queremos criticar ninguém, apenas relatar uma realidade para que muitos se deem conta do seguinte. Para mudar a festa de local é preciso da caneta dos políticos. E hoje, no ambiente político atual, não temos nenhum com coragem suficiente disposto a comprar esta briga. Afinal, não é trocar o local de qualquer festa, é o Kerb mais antigo do Brasil. E que está há quase 200 anos no mesmo lugar. Você teria coragem?

ALIÁS

Podem até dizer que se for uma decisão tomada em equipe, não recairá sobre um só. Isso nunca acontece, você sabe: na hora que o sapato aperta, você sabe que o pepino “sobra” para poucos.

E porque escrevemos isso? Porque ao longo dos últimos 10 anos temos vários casos, de pessoas diferentes, que, sem querer – ou querendo! – são hipócritas: ao ouvir a crítica de uma vovó de 80 anos que critica o “Kerb das bebedeiras”, estes não só concordam e sentam o pau nos grupos, dizendo que estes faturam isso e aquilo…

E, por outro lado, estes mesmos acima, quando estão conversando com os grupos, dizem o contrário, que os que são contra só querem sossego no Centro porque “o tempo deles já passou”. Inclusive, aposto que você também já presenciou casos assim. Enfim, é preciso ter respeito com todos que fazem o Kerb.

Então, o que queremos dizer é o seguinte: se 100 pessoas apoiarem a troca de lugar do Kerb, na hora de assinar o decreto, lei ou seja o que for, vai só a assinatura de um ou dois políticos. Os quais ficarão marcados na paleta por terem mudado o local uma festa de 200 anos. E, se virar polêmica, os demais vão tirar o time de campo.

DITO ISSO

– Dito isso, ficando ou não no Centro, que bom que se chegou ao consenso que o Kerb precisa de mudanças e a cobrança de ingressos é uma delas.
– E que legal que a Câmara fez a reunião, onde todos puderam expor sua opinião. O povo foi ouvido. Parabéns! E que bom que as pessoas foram lá falar de cara limpa, sem dar sugestões e ficando na moita, como muitas vezes ocorreu e ainda ocorre. Isso é uma sociedade madura!
– Por fim, o mais legal foi ouvir uma e outra sugestão que há muito tempo já foi dada aqui na Começo. Não, não ideias nossas, de leitores que, ao longo das décadas, trouxeram sugestões de mudanças e nós apenas as tornamos públicas. Quem nos lê há mais tempo é testemunha disso.
– Então, finalizamos com a mensagem positiva do dia, de Clarice Lispector: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício interior”.

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