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Estamos no período de virar páginas…

06/04/2018 - 08h31min

Atualizada em 06/04/2018 - 08h32min

Nesta semana, o prefeito Martin foi na Câmara Municipal e assistiu a sessão como qualquer cidadão. Diante de uma dúvida, quiseram perguntar diretamente para ele esclarecer a dúvida. Marli interveio e invocou dispositivo do Regimento Interno que coíbe este tipo de manifestação durante as sessões. Olha, cada caso é um caso. Será que não está na hora de deixar um pouco de lado este tipo de rigorismo? Todas as regras têm exceção. Como se trata do prefeito, perguntem a ele ali aproveitando de sua presença, mesmo porque teve prefeitos nas últimas legislaturas que só iam na Câmara Municipal quando era para posar para foto. Deixem o regimento de lado e tirem as dúvidas tete a tete, ali mesmo, na hora. Como regra-geral, o regimento tem que ser seguido, mas não precisa ao pé da letra. Sempre se fecha o olho para certas coisas e não se trata do famoso jeitinho brasileiro. É mais uma questão de bom senso. Estamos num período de virar páginas e na Câmara Municipal tem que se virar a página também. Ela nunca cumpriu bem a sua função ao longo do tempo e não vai ser agora que vai cumprir a sua função. O que eles precisam fazer é dar uma pequena melhoradinha que já estaremos no lucro. Vereador não é só para trabalhar aquela uma hora por semana. Eles são eleitos para representar a população.

BURACOS

Eles acham que não tem nada a ver com a buraqueira das ruas e o estado do asfalto na maioria delas. Pelo contrário, eles têm tudo a ver. Por exemplo, quando aprovam um projeto para implantar aqui em Ivoti o Procon, os vereadores estão contribuindo para gastos desnecessários, dinheiro que vai faltar para coisas mais urgentes e que são atribuição específica do município. Procon é uma entidade estadual que o município não precisa assumir. Os municípios já pagam caro pelas atribuições dos governos estaduais e federal que assumiram de uns 30 anos para cá. E continuam assumindo coisas que não precisam, tipo Procon. Em Lindolfo Collor o Procon foi fechado. Lá ele serviu para “encostar” afiliados políticos, foi criado para arrumar cargo político. O ocupante do cargo deu um desfalque de R$ 40 mil no partido e o Procon foi fechado. Não servia para quase nada. Aqui seria a mesma coisa. E os vereadores aprovam despesas e mais despesas.

SEM NOÇÃO

A pior coisa que existe é quando prefeitos, que são bons de voto, mas péssimos gestores, inventam gastos sem medir as consequências, principalmente quando é para criar cargos. Nestas horas vereadores também não medem as consequências e aprovam tudo que aparece pela frente. Por exemplo: por que aprovaram um monte de cargos para a Autarquia? Será que uma única vez em quatro anos não pode baixar uma luz sobre pelo menos cinco deles para iluminá-los a fazer a coisa certa em vez de serem omissos com o futuro do município? Aprovaram concurso público para cargos e salários incompatíveis com o serviço, tipo advogado e engenheiro, que são serviços que se terceiriza com facilidade e que sai muito mais barato do que um concurso público horrível em todas as circunstâncias. Mas os vereadores, cegos e assustados com pressões para a realização do concurso, não pensam no município que tem que arcar com as consequências. A folha está nas nuvens por causa de projetos que aprovaram ao longo do tempo sem a mínima reflexão. Pelo menos temos prefeito disposto a encarar as mudanças. Da Câmara, infelizmente, não dá para esperar nada. Não tem a menor noção da responsabilidade que tem.

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